São 18,5 mil quilômetros que separam o Brasil do Japão. A distância não impediu que a multinacional japonesa de tecnologia NEC colaborasse com a transformação digital brasileira ao longo das últimas décadas. A empresa completa 125 anos em julho, 55 deles no Brasil. Nesse período, forneceu e instalou:
os primeiros equipamentos de transmissão de TV em cores no País;
atuou para implementação do primeiro rádio digital brasileiro;
trabalhou pela estação terrena de comunicação via satélite, o Brasilsat;
no sistema celular analógico e digital no País e no primeiro supercomputador nacional, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de São José dos Campos (SP).
A companhia que transforma também se transformou. Ganhou corpo nas últimas décadas com o desenvolvimento do segmento de telefonia e telecomunicações, responsável por 80% do faturamento no Brasil. Nesse setor, em que oferece infraestrutura, a América Latina é responsável por 55% da receita global da empresa, que fechou 2023 com US$ 22,3 bilhões de faturamento. A transformação continua. Agora, a NEC, reconhecida por seus equipamentos e hardwares, foca também em prestação de serviços nas áreas de cidades inteligentes, identificação digital e redes de segurança, além de atender o mercado corporativo. “Vamos manter nosso ritmo com as telecom, mas vamos ampliar nossa atuação em serviços, com portfólio mais variado, para gerar receita recorrente”, disse à DINHEIRO José Renato Gonçalves, presidente da NEC no Brasil.

Com esse movimento, a companhia fechou 20 novos contratos no País em 2020. A expectativa é de que a operação brasileira acelere o crescimento, que tem sido em média de um dígito alto a dois dígitos baixos nos últimos anos. “Devemos alcançar dois dígitos altos de aumento no faturamento entre este ano e o ano que vem”, afirmou Gonçalves.

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“Vamos manter nosso ritmo com as telecom, mas vamos ampliar a atuação em serviços, com portfólio mais variado, para gerar receita recorrente.”
José Renato Gonçalves, presidente da NEC no Brasil

Um dos cases recentes de destaque da NEC é com a Japan House São Paulo ­— a relação com a instituição nipônica não é mera coincidência, pois a empresa mantém negócios com diversas outras corporações japonesas que atuam no Brasil nas áreas automotiva e de saúde, principalmente. Na Japan House, a NEC fornece sistema de Inteligência Artificial em vídeo, com a plataforma de reconhecimento facial, além do Sistema de Orientação ao Visitante, usado como um totem de autoatendimento. Ainda na linha de identificação digital, são clientes da NEC o Governo do Estado de Goiás e a Receita Federal.

Outro trabalho relevante foi feito na Arena de Pernambuco, estádio utilizado na Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Nela, a NEC implementou sua solução para Gestão de Arenas, uma infraestrutura tecnológica de informação e comunicação única: união da infraestrutura de TI com o sistema de comunicação, de gerenciamento, automação e segurança. No Rio de Janeiro, têm visibilidade os projetos no Aeroporto RioGaleão e no Porto do Açu.

Pelo lado de cidades inteligentes, que vai avançar no Brasil, o exemplo está na capital argentina. Em Buenos Aires, a empresa instala totens de emergência e paradas seguras de ônibus urbanos, para prevenir crimes e atender a potenciais casos de urgência dos cidadãos. A infraestrutura contempla 120 abrigos que serão integradas com o Centro Municipal de Operações e Monitoramento através do CitySensAI, o orquestrador de múltiplos sistemas, sensores e dispositivos desenvolvido pela NEC. Assim, a companhia japonesa segue transformando — e em transformação.