Durante séculos, o Alto Sertão da Paraíba foi conhecido como uma região agreste, onde o sol inclemente impossibilitava o desenvolvimento de atividades produtivas mais sofisticadas. Essa história está prestes a mudar. No fim de 2007, a Agência Nacional do Petróleo realizou a 9a Rodada de Licitações de blocos exploratórios e um dos grandes destaques, na parte terrestre, foi a Paraíba. Doze dos 19 blocos levados a leilão foram adquiridos por grupos privados e, num dos consórcios, a própria Petrobras está presente. O maior destaque ficou por conta da empresa RAL Engenharia, que arrematou oito blocos ao custo de R$ 7,2 milhões. As pesquisas indicam a existência de grandes reservas na Bacia do Rio do Peixe, cuja cidade-pólo é Souza, na região mais ocidental do Estado. Lá, o petróleo foi descoberto por agricultores, que aguardam ansiosos a chegada dos investimentos. A tendência é que, em breve, sondas e poços terrestres tomem conta da paisagem da região. ?Somos uma das grandes fronteiras do petróleo no País?, diz o secretário de Desenvolvimento Econômico, Roberto Braga.

Se isso não bastasse, a Paraíba também está descobrindo uma nova grande riqueza. Trata-se do minério de ferro, cuja maior incidência ocorre no município de São Mamede, na região do Seridó Paraibano. ?Algumas pesquisas indicam que a quantidade de minério seria inferior apenas à da jazida de Carajás, no Pará?, aponta o secretário de Planejamento, Franklin de Araújo Neto. Especula-se até que o bilionário Eike Batista, que transforma minério em ouro, estaria buscando áreas na região. Outras empresas, como a Tucson Mineração, também estão interessadas em investir no pólo de São Mamede. Com as novas tecnologias, hoje é possível extrair grandes quantidades de minério de ferro mesmo nas jazidas onde a concentração não é tão alta ? e esse é o caso do Seridó Paraibano.

 

Além do minério de ferro, que hoje é um insumo estratégico para a industrialização chinesa, a Paraíba é muito rica em outros minerais, pedras preciosas e granitos. No caso das gemas, o grande destaque é a Turmalina Paraíba, que hoje é mais rara ? e portanto mais cara ? do que diamante. Recentemente, a joalheira de luxo Amsterdam Sauer lançou um colar com a turmalina que foi vendido por nada menos que US$ 250 mil. Como se vê, o mundo está atento às riquezas da Paraíba, que possui também águas marinhas, granadas, ônix…