19/03/2017 - 18:36
Dois dias depois de virem à tona as denúncias de fraude na carne brasileira, o presidente Michel Temer convidou neste domingo, 19, embaixadores e representantes de países compradores do produto a irem a uma churrascaria em Brasília no início da noite, como prova de que o produto é seguro.
A “excursão” à churrascaria deverá ser feita logo depois da reunião com representantes de países estrangeiros, a terceira do dia para discutir as providências em relação às denúncias que vieram à tona com a operação realizada pela Polícia Federal, na sexta-feira.
Temer afirmou que vai acelerar o processo de auditoria nos 21 frigoríficos citados na denúncia a partir desta semana, disse ter confiança na qualidade da produção nacional e que as plantas exportadoras estão abertas para inspeção de países importadores e ao acompanhamento das atividades de controle. “O governo federal quer reiterar a confiança na qualidade da produção nacional”, declarou ele. “O Ministério da Agricultura tem rigoroso serviço de inspeção. Esse padrão de excelência abriu as portas para mais de 150 países.”
Temer citou ainda números da produção para tentar assegurar a qualidade dos produtos. “Ao longo dos últimos anos não foram identificadas objeções. Em 2016 foram expedidas 853 mil partidas de produtos de origem animais e apenas 184 foram consideradas fora da conformidade”, citou o presidente, antes da reunião. De acordo com ele, em boa parte dos casos, as irregularidades estavam ligadas a problemas de rotulagem.
“A reunião de hoje é para prestar esclarecimentos. A notícia pode ter gerado uma preocupação muito grande, especialmente de países que importam a carne como consumidores brasileiros”, afirmou o presidente. Temer observou ainda que, das 4.837 unidades sujeitas à inspeção federal, apenas 21 estão supostamente envolvidas em irregularidades. “E dessas 21, seis exportaram nos últimos 60 dias”, disse o presidente.
De acordo com Temer, o Ministério da Agricultura deverá informar a empresa exportadora do lote e o destino. Segundo ele, o objeto da operação não é o sistema de defesa agropecuária brasileira, cujo rigor é conhecido, mas o desvio de condutas. Todas as plantas exportadoras permanecem abertas para inspeções dos países importadores e ao acompanhamento das atividades de controle.