Centenas de pessoas se reuniram nesta sexta-feira (9) no Camboja para a cremação do corpo de Nuon Chea, o temido irmão Número Dois, o ideólogo do regime comunista do Khmer Vermelho, que mergulhou o país em um período de terror entre 1975 e 1979.

Membros de sua família e antigos funcionários do grupo ultramaoísta prestaram uma homenagem a ele, acendendo incensos e rezando em frente ao seu caixão ricamente ornado, segundo jornalistas da AFP.

O ex-braço direito do líder Pol Pot faleceu no domingo em Phnom Penh, aos 93 anos.

Em 2014, ele foi condenado à prisão perpétua por “crimes contra a humanidade” pelo tribunal internacional criado pela ONU.

Quatro anos depois, foi considerado culpado de “genocídio” contra várias minorias étnicas.

Nascido em 7 de julho de 1926, na província de Battambang (noroeste), Nuon Chea estudou Direito na prestigiosa Universidade de Thammasat, em Bangcoc, entre 1941 e 1948.

Juntou-se aos jovens do Partido Comunista da Tailândia e depois do Camboja, onde participou da resistência contra o poder colonial francês.

Em seguida, ajudou Pol Pot a organizar o futuro Partido Comunista do Kampuchea, conhecido pelo nome de Khmer Vermelho.

Nuon Chea foi detido em 2007.

O regime de Pol Pot, falecido em 1998, matou cerca de dois milhões de pessoas entre 1975 e 1979.

Cerca de um quarto da população morreu de exaustão, fome, doenças, torturas e execuções.

O Khmer Vermelho liderou o país, impondo sua utopia agrária.

Foram derrubados em 1979 pela intervenção armada do Vietnã.