09/07/2025 - 11:48
A alta dos índices das bolsas em Nova York e de 0,68% do minério de ferro no fechamento em Dalian, na China, é insuficiente para estimular valorização do Ibovespa no início do pregão desta segunda-feira. Hoje é feriado no Estado de São Paulo pela Revolução Constitucionalista de 1932, mas os mercados operam normalmente.
Os investidores estão de sobreaviso por anúncios de novas tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, bem como monitoram eventuais notícias a respeito do impasse do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), em dia de agenda esvaziada de indicadores no mundo.
No foco fica a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em audiência na Câmara, que começou por volta das 10 hora e seguirá até a tarde. Dentre as afirmações, Galípolo disse que o BC tem de colocar juro em nível restritivo o bastante para atingir meta no horizonte.
O presidente do BC tem reforçado que a inflação está fora da meta – piso é de 3% e teto, 4,5%, e isso não é novidade para o mercado, diz Pedro Moreira, sócio da One Investimentos.
No exterior, destaque à divulgação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed) às 15 horas, sobre a decisão de política monetária de junho.
“Os mercados estarão atentos à possibilidade de que alguns diretores do FOMC tenham discutido a conveniência de começar a reduzir a taxa básica de juros já a partir deste mês de julho. No Brasil, o destaque será a divulgação, na 5ª- feira (dia 10), da inflação oficial de junho medida pelo IPCA-IBGE”, cita em nota a LCA 4Intelligence.
Em meio a sinais de desaceleração da inflação e da atividade, tem surgido apostas de que o BC possa antecipar o início de queda da Selic do ano que vem para dezembro de 2025.
Para Moreira, da One Investimentos, o Ibovespa pode “melhorar”, se o IPCA de junho vier nos moldes do IPCA-15 do mês passado, que mostrou alívio na inflação. “Cenário interno tende a melhorar se vier um IPCA positivo conforme o IPCA-15”, diz, completando que, com o recuo das principais ações da carteira do Índice Bovespa – papéis ligados a commodities e de grandes bancos – fica difícil o indicador subir, mesmo com Nova York.
Ontem, o principal indicador da B3 fechou em queda – de 0,13%, aos 139.302,85 pontos – pela segunda sessão seguida, devido a anúncios de algumas tarifas, como para cobre por Trump. Hoje, o republicano prometeu divulgar medidas contra pelo menos sete países pela manhã e mais algumas à tarde. O presidente dos EUA ainda reiterou ameaça de uma tarifa adicional de 10% sobre países do Brics e possível sobretaxa à União Europeia ainda esta semana.
Para Gustavo Assis, CEO da Asset Bank, a queda do Índice Bovespa reflete a combinação de incertezas internas com a escalada de tensões externas, especialmente diante da sinalização do presidente americano, Donald Trump, sobre a aplicação de tarifas generalizadas aos países do Brics. “Isso pressiona ainda mais a percepção de risco em relação ao Brasil, em um momento em que já convivemos com juros elevados, fragilidade fiscal e insegurança jurídica”, avalia Assis, em nota.
E o governo brasileiro tenta encontrar uma saída para o imbróglio do IOF. Ontem, os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, reuniram-se com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (SRI), além de líderes do governo, para buscar solução para o problema fiscal. Ainda nesta seara fiscal, o INSS estima em R$ 3,3 bilhões o valor necessário para devolver aos aposentados os descontos indevidos aplicados entre 2020 e 2025.
Às 11h24, o Ibovespa caía 0,61%, aos 138.453,48 pontos, ante mínima aos 138.204,48 pontos (-0,79%) e máxima em 139.330,70 pontos (alta de 0,02%), perto dos 139.302,85 pontos da abertura (variação zero). Petrobras cedia entre 0,55% (PN) e1,09% (ON); Vale recuava 0,70%; bancos cediam entre 1,40% (Itaú Unibanco PN) a 0,55% (Banco do Brasil ON).