24/08/2015 - 7:22
As bolsas europeias e os índices futuros dos mercados acionários de Nova York operam em forte baixa nesta manhã, novamente pressionados por temores relacionados à desaceleração da China, que ameaça prejudicar o ritmo de crescimento da economia mundial.
O mau humor se instalou após a Bolsa de Xangai despencar 8,5% nos negócios de hoje e apagar os ganhos acumulados do ano, arrastando outros mercados da Ásia e do Pacífico. As ações no Japão e na Austrália, por exemplo, fecharam a segunda-feira com perdas de mais de 4%.
A falta de novas medidas de estímulo do Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) durante o fim de semana manteve os investidores avessos a risco. Segundo o Wall Street Journal, no entanto, o PBoC estaria preparando medidas de injeção de liquidez no sistema financeiro, com o objetivo de ampliar a concessão de empréstimos bancários.
Nos últimos dias, as preocupações com a China vêm gerando uma forte onda de liquidação dos ativos financeiros mundiais. Há duas semanas, Pequim anunciou uma drástica e inesperada desvalorização do yuan, gerando rumores de que a segunda maior economia do mundo estaria em pior situação do que se imaginava. Desde então, indicadores fracos têm alimentado receios de que a fragilidade chinesa comprometa a economia global.
Os problemas da China também continuam pressionando as commodities, como o petróleo e os metais básicos, e reforçando a demanda por ativos considerados mais seguros, como os Treasuries, os bônus da Alemanha (bunds) e do Reino Unido (gilts) e o iene.
O dólar, por sua vez, se fortaleceu em relação a várias moedas emergentes, mas perdeu terreno para o iene e o euro, que têm mostrando tendência de valorização em momentos de estresse nos mercados.
A turbulência recente também dificulta os planos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de começar a elevar seus juros básicos nos próximos meses. Para Nick Gartside, analista de renda fixa do JPMorgan Asset Management, um eventual aumento de juros pelo Fed na reunião de setembro seria “uma decisão muito corajosa”.
Às 7h17 (de Brasília), as perdas eram pesadas e generalizadas nas bolsas da Europa e entre os futuros de Nova York. Londres caía 2,71%, enquanto Paris recuava 2,65%, Frankfurt perdia 2,72% e Milão, 2,89%. No mercado futuro em Wall Street, o Dow Jones, o S&P 500 e o Nasdaq tinham quedas de 2,34%, 2,21% e 3,54%, respectivamente. No câmbio, o euro avançava a US$ 1,1484, enquanto a libra seguia a mesma direção e operava a US$ 1,5715. Com informações da Dow Jones Newswires.