31/05/2013 - 21:00
Um novo mantra domina as previsões alarmistas dos analistas de plantão. Ele prega que a recuperação da economia norte-americana vai afetar negativamente o Brasil. A lembrar que em outras ocasiões os mesmos peritos defendiam que o debacle dos EUA iria arrastar para a crise todas as demais nações – Brasil incluído. Daí a conclusão inapelável e pouco confiável desses especialistas: se os EUA vão bem, o Brasil deve ir mal. Se os EUA vão mal, o Brasil seguirá mal também. Dá para entender? Não há, portanto, saída? É mais ou menos aquela situação da fábula: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. A potência de Barack Obama vive decerto dias de retomada promissora e de indicadores no azul.
A oferta de empregos ampliou-se, as contas públicas caminham para o equilíbrio, os preços do mercado imobiliário – mutilado, tempos atrás, pelo rombo dos subprimes – voltaram a subir e a melhora fiscal, com aumento da receita e queda das despesas, virou realidade. Tudo isso, no entanto, não pode servir de ingrediente para suposições pouco ortodoxas de que o Brasil sairá prejudicado com o desafogo do vizinho. O tênue elo para os prognósticos negativos está relacionado ao câmbio, que, na conclusão dos observadores, tende a mudar com uma forte valorização do dólar diante do real. Do mesmo modo, dizem, os investimentos internacionais serão reorientados para aquela praça em detrimento dos que estavam sendo lançados aqui.
A se registrar que o capital segue sempre em busca de oportunidades, estejam elas onde for. O Brasil continua alargando seu canteiro de obras e perspectivas para aqueles que buscam bom retorno. Tanto que o próprio vice-presidente americano, Joe Biden, desembarcou por aqui na semana passada para promover parcerias comerciais e uma maior aproximação no campo científico e tecnológico. Biden admitiu que os EUA descuidaram um pouco das relações com o aliado sul-americano e que quer recuperar o tempo perdido ampliando os negócios bilaterais. Em outras palavras, o bom momento vivido na terra do Tio Sam deve sim gerar mais vantagens que desvantagens para o Brasil. Depende sempre, claro, da ótica de quem enxerga o atual cenário. E a desses alarmistas nunca é a melhor.