04/07/2007 - 7:00
CAMPOS: modelo de negócios nacional exportado para os EUA
Historicamente, o Brasil costuma receber as influências culturais da Europa e dos Estados Unidos em todos os campos. Quando o assunto é entretenimento e gastronomia, então, o placar é de lavada. Os shows da Broadway viraram moda, as boates são inspiradas nos grandes clubes da Espanha e os principais chefs de cozinha fizeram algum curso na França. Mas o brasileiro Marcos Campos, dono da empresa MC2 Managing Ideas e sócio nas badaladas casas noturnas paulistanas Café de La Musique e Disco, pretende subverter essa regra. Em agosto, vai abrir um refinado restaurante em Meatpacking District, no coração de Manhattan. Batizado de Mercado, ele terá um lounge e venderá pratos com influências da culinária africana, marroquina e árabe, tudo com tempero brasileiro.
?Levaremos a cultura brasileira para os Estados Unidos?, diz Campos. No segundo semestre, ele também abrirá uma filial do Mercado em São Paulo. Estima-se que o investimento seja da ordem de US$ 3 milhões.
R$ 33 Milhões é o faturamento anual da MC2, empresa de Marcos Campos
Campos não arcará com os investimentos sozinho. Na empreitada, tem como sócios o também empresário brasileiro Roger Rodrigues, a modelo Fernanda Motta, os donos do club nova-iorquino PM e o músico John Legend, vencedor do Gramy como melhor intérprete. No comando das caçarolas, o Mercado terá o etíope criado na Suíça Marcus Samuelson, dono do restaurante Aquavit, também de Nova York. A idéia é levar o modelo de negócios implantado no Brasil para os EUA. Por aqui, ele costuma fechar cotas de patrocínio dentro de suas casas. Na Disco, boate freqüentada pela juventude rica de São Paulo, os consumidores chegam a gastar R$ 400 por noite. As grandes marcas, portanto, têm interesse em estar lá dentro. Resultado: 25% do faturamento estimado em R$ 33 milhões por ano é conquistado com cotas de patrocínio. ?Estamos presentes no momento de lazer do nosso público?, diz Priscila Padua, gerente de produtos da Bacardi. É essa imagem que Campos quer passar para os americanos. Ao se associar a famosos de Manhattan, ele terá a chance de tornar o Mercado ímã dos ricos e colunáveis. A idéia, pelo menos, tem sido bem aceita. ?Já temos proposta de montar o Mercado em Las Vegas.?