03/06/2019 - 13:17
Diante dos sinais de falta de tração, perda de ímpeto da atividade econômica e retração na confiança, a Tendências Consultoria revisou para baixo sua estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019. A previsão agora é de que a economia brasileira cresça 0,9% neste ano, em ritmo inferior ao registrado em 2017 e 2018, quando foram registradas altas de 1,1%, respectivamente.
“Antes do segundo turno das eleições, tínhamos a expectativa de alta de 2,0% do PIB em 2019. No último mês, porém, resultados consolidados de atividade no primeiro trimestre nos fizeram revisar para 1,6%”, lembra o economista Lucas Souza. “Esta revisão mais recente, por sua vez, se deu não apenas pela retração de 0,2% do PIB do primeiro trimestre na margem, mas também pelo fato de indicadores antecedentes apresentarem um quadro mais desafiador nos próximos meses”, explica.
Souza cita as perspectivas mais fracas de crescimento global. “A guerra comercial entre China e Estados Unidos é um elemento, assim como as dificuldades financeiras na Argentina”, comenta.
“No cenário doméstico, temos postergação da aprovação da reforma da Previdência, que deve passar apenas no fim do ano. Ao mesmo tempo, temos níveis historicamente elevados de incerteza e confiança”, pontua o economista da Tendências. “São questões que geram efeitos sobre a economia, reduzindo a expectativa de investimentos e a evolução da produção industrial.”
Pelos cálculos da Tendências, o PIB brasileiro deverá crescer 0,9% no segundo trimestre, em relação ao mesmo período de 2018. Já o terceiro trimestre deve ter alta de 1,1% na base interanual, enquanto o último quarto do ano pode apresentar expansão de 1,3%. Em termos dessazonalizados, a evolução média do PIB nos próximos três trimestres deverá ser de 0,6% na margem, relata Souza. Para 2020, a expectativa da consultoria é de alta de 2,6% do PIB, com viés de baixa.
A projeção de 0,9% da consultoria para o PIB deste ano está aquém da estimativa mediana citada nesta segunda-feira, 3, na pesquisa Focus do Banco Central (BC), que foi reduzida pela 14ª semana consecutiva, ao passar de 1,23% para 1,13%.