A Associação Brasileira de Provedores de Serviço de Apoio Administrativo (Abrapsa) publicou um panorama sobre a área de terceirização de processos de negócio com números atualizados sobre o setor. 

No levantamento, a entidade aponta que o setor, também conhecido como Business Process Outsourcing (BPO), teve crescimento de emprego de 149% entre 2010 e 2021,  11 vezes superior ao do total da economia, que registrou 13%. Além disso, o pessoal ocupado no mesmo período passou de 438 mil para cerca de um milhão, crescimento de 150%, enquanto o número de estabelecimentos cresceu 55%, saltando de 20 mil para cerca de 31 mil. 

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O ramo é composto de cinco segmentos: Contabilidade, Consultoria e Auditoria Contábil e Tributária, Consultoria em Gestão Empresarial, Serviços Combinados de Escritório e Apoio Administrativo, e Preparação de Documentos e Serviços Especializados de Apoio Administrativo Não Especificados.

“Tarefas operacionais vêm sendo cada vez mais realizadas por ferramentas de tecnologia e inteligência artificial, de modo que os profissionais do setor passam a trabalhar de maneira menos burocrática e mais estratégica, o que é uma evolução do segmento e abre novas possibilidades”, afirma Manoel Vale, presidente da Abrapsa.  

Pequenas empresas são maioria no setor 

Os dados da Abrapsa também reforçam que o setor é composto em sua maioria por empresas pequenas, onde 73% são optantes do Simples Nacional. Além disso, 48% possuem entre 1 e 9 funcionários; 42% não contam com funcionários, somente com sócios. 

A distribuição dos empregos no ramo é mais equilibrada. Ao longo do período 2010-2021, observa-se a predominância do emprego nos estabelecimentos com 1 a 19 empregados, com crescimento de 67% eles representam 35% dos empregos na área. Apesar disso, o ritmo de crescimento do emprego nos estabelecimentos de maior porte foi mais intenso: 140%, nos de 100 ou mais empregados, que somam 30% dos empregos; e 170%, nos de 20 a 99 empregados, que representam 30%. Entre os cincos segmentos no qual o serviço de BPO se divide, as distribuições dos empregos em 2021 foi:

  • 50% na atividade de Serviços Combinados de Escritório e Apoio Administrativo; 
  • 26% na área de Contabilidade;
  • 12% em Consultoria e Gestão de Empresas;
  • 10% no segmento de Preparação de Documentos;
  • 2% em serviços Consultoria e Auditoria Contábil e Tributária.

Mulheres são maioria, mas recebem menos 

Outro dado que chama a atenção no levantamento é que a área de terceirização de processos de negócios conta com uma maioria de profissionais mulheres. Enquanto na economia de modo geral, em 2021, houve uma proporção maior de homens (59%) no mercado de trabalho, em BPO há uma  proporção maior de mulheres (56%), em âmbito nacional. 

Apesar disso, o setor conta com uma diferença salarial entre gêneros maior que a média nacional. Em 2021, a média salarial masculina foi 28% maior no setor e 17% maior no total da economia. Ao analisar a defasagem do salário feminino em 2021 por segmentos do BPO, foi possível perceber que Consultoria em Gestão  Empresarial, com 26%, e Serviços Combinados de Escritório, 24%, foram os que apresentaram as maiores defasagens. Enquanto a  Contabilidade, com 5%, a menor.

São Paulo é o estado com mais empregos

Entre os estados com mais oportunidades na área de BPO, São Paulo lidera com 34% do mercado. Minas Gerais vem logo atrás com 12%, e o Rio de Janeiro tem 9% das vagas. As 20 cidades da região sudeste que concentram o maior número de empregos na área são responsáveis por 68% da força de trabalho no país.