O Credit Default Swap (CDS) de 5 anos do Brasil, termômetro do risco-país, atingiu nesta quarta-feira, 26, o patamar de 167 pontos, o nível mais baixo em mais de dois anos, refletindo a melhora da nota do Brasil pela Fitch Ratings, que passou de ‘BB-‘ para ‘BB’, com perspectiva estável, nesta quarta-feira.

O nível alcançado hoje é o mais baixo desde junho de 2021, quando o CDS do Brasil chegou a 162 pontos. Na semana passada, estava ao redor dos 175 pontos.

Antes da Fitch, a S&P já havia melhorado a visão para o rating BB- do Brasil, de estável para positiva, em junho.

Em março último, o CDS do Brasil bateu o pico de alta em 2023, chegando próximo dos 252 pontos, em meio a preocupações do mercado financeiro com a gestão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em especial quanto às políticas fiscal e monetária. Desde então, o indicador vem apresentando melhora, na esteira das aprovações do novo arcabouço fiscal e, mais recentemente, a reforma tributária, que já recebeu aval da Câmara dos Deputados.

Para a Fitch, embora o governo Lula defenda um afastamento da agenda econômica liberal e gestões anteriores, a agência espera que o pragmatismo e os freios e contrapesos institucionais mais amplos evitem “desvios radicais”.

A mudança do rating por parte da agência ainda não traz efeitos na prática uma vez que o Brasil segue dois degraus de distância do grau de investimento, mas encurta o caminho rumo à recuperação do selo de bom pagador. Em Wall Street, o efeito do anúncio foi tímido.

O EWZ, maior fundo de índice (ETF, na sigla em inglês) do Brasil negociado em Nova York, tinha alta de 0,72% há pouco.