Esqueça o tempo em que os provedores se engalfinhavam pela liderança nos rankings da internet brasileira. O novo diretor-geral do Terra, Fernando Madeira, que assumiu o posto há duas semanas, não tem a mesma agressividade daqueles que o antecederam. O olhar de Madeira, que era o caçula do grupo pioneiro que fundou a NutecNet, primeiro provedor de sucesso no País, está voltado para dentro da própria empresa, seus produtos e balanços financeiros. Silvia de Jesus, que comprava brigas com o Universo Online toda vez que um novo relatório
do Ibope eRatings era publicado, deixou a presidência do Brasil
para assumir a vice-presidência executiva para a América Latina. ?Nossos esforços são para consolidar os nossos serviços e
conseguir o equilíbrio das contas no final do ano?, diz Madeira.
?É este o nosso caminho.?

Madeira começou no mundo da computação aos 12 anos escrevendo códigos de jogos eletrônicos. Aos 19 anos, enquanto cursava Informática na PUC do Rio Grande do Sul, aceitou um estágio na Nutec de Sérgio Pretto e Marcelo Lacerda. A dupla, anos depois, arrecadaria milhões com a venda da companhia para o grupo gaúcho RBS e depois para a Telefônica. ?O Madeira era uma espécie de mascote nosso que, com os anos, se transformou num profissional eficiente e talentoso?, diz Lacerda. Antes de assumir a presidência, Madeira controlava a área de acesso, que responde por 75% de todo faturamento. Era então o braço direito de Silvia. Com a aproximação da data estipulada para alcançar o equilíbrio financeiro nos 46 países em que atua, o Terra começou a transferir pessoas de regiões em que estava sendo bem-sucedida ? o Brasil por exemplo ? para acelerar a velocidade das demais. Assim, além de Silvia, a diretora de conteúdo Sandra Pecis, o diretor de marketing Marcos Caetano, o diretor de publicidade Paulo Sérgio Silva e o diretor de relacionamento com o cliente Carlos Custódio deixam os cargos que ocupavam no Brasil para assumir posições na América Latina. ?A unidade do Terra no Brasil virou um celeiro para as outras operações mundiais?, diz Lacerda. Com 1,9 bilhão de euros, a empresa deve ter tranqüilidade para alcançar a linha de chegada na virada do ano.