22/06/2022 - 10:43
Por Mohammad Yunus Yawar e Jibran Ahmad
CABUL (Reuters) – Um terremoto de magnitude 6,1 matou 920 pessoas no Afeganistão nesta quarta-feira, disseram autoridades de gerenciamento de desastres, com mais de 600 feridos, e o número de mortos deve crescer à medida que as informações chegam de vilas remotas nas montanhas.
Os terremotos mais mortíferos no Afeganistão
Ao menos 16 mortos em quatro atentados no Afeganistão
Fotos na mídia afegã mostraram casas reduzidas a escombros, com corpos envoltos em cobertores no chão. Helicópteros foram mobilizados no esforço de resgate para chegar aos feridos e transportar suprimentos médicos e alimentos, disse uma autoridade do Ministério do Interior, Salahuddin Ayubi.
“O número de mortos provavelmente aumentará, pois algumas das vilas estão em áreas remotas nas montanhas e levará algum tempo para coletar detalhes.”
O terremoto de quarta-feira foi o mais mortal desde 2002. Ele ocorreu a cerca de 44 quilômetros da cidade de Khost, no sudeste, perto da fronteira com o Paquistão, de acordo com o Serviço Geológico dos EUA (USGC). A maioria das mortes confirmadas foi na província oriental de Paktika, onde 255 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas, acrescentou Ayubi. Na província de Khost, 25 morreram e 90 foram levados ao hospital.
Haibatullah Akhundzada, o líder supremo do Taliban, ofereceu suas condolências em um comunicado. Montar uma operação de resgate pode ser um grande teste para o Taliban, que assumiu o país em agosto e foi afastado de grande parte da assistência internacional por causa de sanções.
O tremor foi sentido por cerca de 119 milhões de pessoas no Paquistão, Afeganistão e Índia, disse o Centro Sismológico Euro-Mediterrânico (EMSC) no Twitter, mas não houve relatos imediatos de danos ou vítimas no Paquistão. O EMSC colocou a magnitude do terremoto em 6,1, embora o USGC tenha dito que foi de 5,9. Somando-se ao desafio para as autoridades afegãs estão as recentes inundações em muitas regiões, que segundo a agência de desastres mataram 11, feriram 50 e bloquearam trechos de rodovias.
O desastre ocorre no momento em que o Afeganistão enfrenta uma grave crise econômica desde que o Taliban assumiu o poder, quando as forças internacionais lideradas pelos Estados Unidos se retiraram após duas décadas de guerra. Em resposta à tomada de poder pelo Taliban, muitas nações impuseram sanções ao setor bancário do Afeganistão e cortaram bilhões de dólares em ajuda ao desenvolvimento. A ajuda humanitária continuou, no entanto, com agências internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU).
(Reportagem de Shubham Kalia em Bengaluru, Mohammad Yunus Yawar em Cabul e Jibran Ahmad em Peshawar; reportagem adicional de Alasdair Pal em Délhi)