04/01/2022 - 13:01
A montadora de carros elétricos Tesla foi criticada após anunciar a abertura de um showroom em Xinjiang, região da China acusada de violações de direitos humanos contra a minoria étnica Uiguire.
O anúncio foi feito pela empresa em sua conta no Weibo, umas das principais redes sociais do país, no último dia 31 de dezembro, de acordo com a Reuters. A nova loja fica na cidade de Urumqi, capital da região.
+China pede que EUA e Rússia reduzam seus arsenais atômicos
Xinjiang é um centro de tensão entre Estados Unidos e China por conta dessas denúncias de violações. O presidente Joe Biden assinou uma Lei de Prevenção ao Trabalho Forçado de Uigures, que impõe restrições a empresas norte-americanas que operam na região. Os EUA também vão boicotar as Olimpíadas de Inverno em Pequim, que começam no próximo dia 4 de fevereiro.
O Conselho para as Relações Islamo-Americanas tuitou dizendo que “ao fazer negócios na província chinesa de Xinjiang, onde milhões de #Uyghur muçulmanos estão sendo mantidos em campos de concentração e instalações de trabalho forçado, Tesla está apoiando o genocídio”.
Já a representante do Humans Rights Watch, Sophie McNeil, disse ao jornal britânico The Guardian que “Elon Musk e os executivos da Tesla têm de considerar os direitos humanos em Xinjiang ou podem ser cúmplices”.
De acordo com denúncias do Departamento de Estado dos EUA, até 2 milhões de uigures e outras minorias muçulmanas foram colocados em centros de detenção em toda a região.
O governo chinês negou ter abusado do povo uigur ou de usá-lo para realizar trabalhos forçados, apontando eles estão sendo levados para campos de reeducação para prevenir o extremismo religioso e o terrorismo.