RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Secretaria Especial do Tesouro e Orçamento autorizou emenda ao projeto Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2022 que amplia em quase 300 milhões de reais os recursos destinados ao censo demográfico, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas nesta sexta-feira.

Segundo o IBGE, em ofício enviado à Advocacia Geral da União (AGU), a secretaria do Tesouro informa que “é possível” a ampliação do orçamento do censo, conforme previsto em comunicado feito ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Governo recua e diz ao STF que enviará emenda para ampliar orçamento do Censo

Os recursos complementares, cerca de 300 milhões de reais, sairão do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), supervisionado pelo Ministério da Economia.

O censo, que é uma espécie de fotografia detalhada da sociedade brasileira, não foi realizado no ano passado e nem neste ano por conta da pandemia de Covid-19.

O último censo data de 2010, e o normal é que a pesquisa seja realizada a cada dez anos.

O IBGE demandava mais de 3 bilhões de reais para o censo, mas o governo previu apenas 2 bilhões de reais em seu projeto orçamentário original, que ainda precisará ser aprovada pelo Congresso, agora com a emenda que prevê o recurso adicional.

Dione de Oliveira, representante da associação de funcionários do IBGE, diz que a verba de 2,3 bilhões de reais para o censo ainda está desatualizada e pode ser insuficiente para uma boa pesquisa.

“Ainda assim deixa em risco o censo, porque somente 2 bilhões foram designados para pagar os trabalhadores temporários do censo. Ou seja, 2 bilhões ou 2,3 bilhões é um censo rebaixado. Ele pode ir a campo e não ser concluído”, disse ela à Reuters. “Pode ser um censo inconcluso e mal feito”.

 

(Por Rodrigo Viga Gaier)

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