05/09/2018 - 19:35
O subsecretário da Dívida Pública do Tesouro Nacional, José Franco Medeiros de Morais, disse nesta quarta-feira, 5, que o órgão realiza a leitura das condições de mercado a cada minuto e tem os instrumentos necessários para lidar com condições adversas.
Ele lembrou que o órgão atual durante a crise dos caminhoneiros de maio reduziu as emissões de papéis. “O Tesouro tirou risco do mercado naquele momento e não vem adicionando. Estamos preparados para atuar de acordo com as condições do mercado”, afirmou.
O Tesouro Nacional anunciou uma alteração no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2018 para acomodar um aumento da participação de títulos atrelados à Selic na composição total da Dívida Pública Federal (DPF). A meta anterior ia de 31% a 35%, mas agora poderá ficar entre 33% e 37% até o fim do ano. No fim de julho, esses títulos respondiam por 33,64% do total.
Apesar de enfatizar que o principal instrumento de financiamento neste no momento é a emissão de LFTs, Franco destacou que existe uma demanda cativa para as NTN-Bs, mesmo com a volatilidade maior do mercado.
“Os fundos de pensão e de previdência estão aproveitando elevação das taxas para adicionarem uma maior posição de longo prazo. Essas taxas estão elevadas (em torno de 5,8%), mas não têm comprometido estratégia do Tesouro”, completou.
Emissão internacional
Franco adiantou que o órgão não fará nenhuma emissão de títulos no mercado internacional no atual período.
“Houve clara deterioração no ambiente internacional, então o momento não é adequado para qualquer tipo de missão no mercado internacional”, afirmou.
Além disso, ele explicou que o Tesouro não tem necessidade de realizar uma emissão externa no momento, por já ter realizado o chamado “pré-financiamento” dessa dívida.
“Quando 2018 começou o Tesouro já tinha todos os recursos em dólar necessários para pagar os vencimentos (da dívida externa) neste ano. E grande parte dos vencimentos de 2019 também já está pré-financiada. O Tesouro tem dólares”, completou.