04/06/2025 - 20:24
O Tesouro Nacional informou nesta quarta-feira, 4, que captou US$ 2,75 bilhões com a emissão de títulos em dólares no mercado internacional, registrando elevada demanda de investidores pelos papéis do governo brasileiro.
O lançamento de papéis com prazo de 5 anos alcançou um volume de US$ 1,5 bilhão e foi negociado com um rendimento de 5,68% ao ano, enquanto um lote de títulos de 10 anos fechou a negociação com volume de US$ 1,25 bilhão e rendimento de 6,73% ao ano.
O “initial price talk”, referência inicial de preços para sentir o interesse dos investidores pelos papéis, havia sido de 6,125% para o prazo de 5 anos e de 7,125% para o de 10 anos, segundo o serviço de informações financeiras IFR, da LSEG, e uma fonte do governo.
“A demanda superou em cerca de quatro vezes o volume emitido, a maior relação nos últimos 7 anos, com o livro de ordens atingindo cerca de US$10,9 bilhões em seu pico”, informou o Tesouro em comunicado após o resultado da emissão.
Em nota, a pasta disse que a alocação final contou com expressiva participação de investidores não residentes, sendo cerca de 87% da Europa e da América do Norte, com a América Latina, incluindo o Brasil, respondendo por 11,6%.
Mais cedo, o Tesouro havia afirmado em nota que o objetivo da operação era dar continuidade à estratégia de promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo, provendo referência para o setor corporativo, e antecipar financiamento de vencimentos em moeda estrangeira.
“A emissão reforça o importante papel da dívida externa para o alongamento do prazo médio da dívida, diversificação e ampliação da base de investidores”, disse a pasta ao final da operação.
“Adicionalmente, corrobora o papel da Dívida Pública Federal externa no estabelecimento de benchmarks líquidos e na curva de juros soberana, como referência para futuras emissões de empresas brasileiras no exterior.”
A operação foi liderada pelos bancos BNP Paribas, Citigroup e Santander.
Esta foi a segunda emissão externa feita pelo Tesouro neste ano. Em fevereiro, o governo brasileiro captou US$2,5 bilhões na emissão de títulos em dólares a vencer em 2035, com rendimento negociado de 6,75% ao ano.
A equipe econômica tem argumentado que os lançamentos de títulos públicos brasileiros no mercado internacional têm a finalidade central de dar referência ao mercado privado de emissão de dívida, sem que o governo dependa efetivamente desse financiamento externo.
Os títulos públicos atrelados ao câmbio representam uma fatia menor da dívida do país, tendo fechado o mês de abril em 4% do estoque, sendo a quase totalidade disso relativa a emissões soberanas. A meta para 2025 estabelecida no Plano Anual de Financiamento (PAF) do Tesouro é que esses papéis representem entre 3% e 7% do total da dívida, mesmo alvo do ano anterior.
Em maio de 2024, o governo pediu ao Senado uma ampliação de US$75 bilhões para US$125 bilhões do limite máximo de emissão de títulos de dívida pública no exterior, em meio ao plano de ampliação das emissões de títulos sustentáveis. Na ocasião, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, argumentou que essa ampliação deveria ser consumida em 10 a 15 anos.