10/02/2019 - 11:03
Reportagem do The Guardian. Quando a família de Molly Russell, de 14 anos, olhou para sua conta no Instagram depois de sua morte por suicídio, encontrou material angustiante sobre depressão e suicídio. A reação dos Russell levou a outra onda, de protestos públicos, que foi decisiva para a plataforma de compartilhamento de fotos tomar a decisão – que os críticos disseram ser necessária, mas tardia – de proibir esse tipo de imagem. Depois de dias de crescente pressão pública houve uma reunião entre o secretário britânico de Saúde, Matthew Hancock, e o head da rede social, o americano Adam Mosseri, que admitiu que a empresa não havia feito o suficiente e disse que imagens explícitas de autoagressão não seriam mais permitidas.
“Precisamos fazer mais para proteger os mais vulneráveis”, disse Mosseri na reportagem do The Guardian. “Vamos melhorar e estamos empenhados em encontrar e remover este conteúdo em grande escala.” O pai de Molly, Ian Russell, disse que o Instagram é parcialmente culpado. A família encontrou material relacionado à depressão e ao suicídio quando entrou na conta da adolescente depois de sua morte. O secretário Hancock disse na reportagem do The Guardian que as empresas de mídia social precisam fazer mais para remover material que incentive o suicídio e a automutilação e que vai pedir a outras empresas de mídia social que atuem em relação a isso. “Não quero que as pessoas entrem nas redes sociais e procurem imagens sobre o suicídio para serem direcionadas a mais imagens desse tipo. Elas precisam de ajuda para não postar mais sobre o suicídio.”
Críticos de mídia e comportamento social ingleses afirmaram que as mudanças já deveriam ter sido feitas e permaneceram céticos se elas serão suficientes para resolver um problema que, segundo alguns, cresceu sem controle por 10 anos. A National Society for the Prevention of Cruelty to Children (NSPCC) disse que o Instagram deu “um passo importante”, mas que as redes sociais ainda estão aquém e que a legislação precisa se adequar a essas novas questões. “Não deveria ser preciso acontecer a morte de Molly Russell para o Instagram agir”, disse o presidente-executivo da NSPCC, Peter Wanless, na reportagem do The Guardian. “Na última década, as redes sociais provaram repetidamente que nunca fazem o suficiente.”
A decisão do Instagram acontece quando grandes empresas de mídia social como o Facebook, que é dono do Instagram, se preparam para lutar com lobbies contra o governo britânico pela regulamentação da internet no Reino Unido. O governo está considerando a imposição de um código de conduta obrigatório às empresas de tecnologia.