Até você terminar de ler esta frase, a golfista Michelle Wie, nascida na Coréia do Sul e criada no Havaí, terá embolsado US$ 3,20. Em um ano, ela fará pelo menos
US$ 10 milhões, em patrocínios partilhados pela Nike e pela Sony. Na terça-feira da semana passada, Michelle completou 16 anos de idade. A maioridade lhe dá direito a participar dos torneios profissionais de golfe nos Estados Unidos.

É um batismo de fogo cultuado pelos americanos. Quando um esportista começa a fazer dinheiro, muda de patamar. Michelle, que já atraía olhares pela beleza esguia, de traços orientais, além do magnífico swing ao bater na bolinha, virou adulta precocemente. Os rendimentos a colocarão no topo das atletas mais ricas do planeta, atrás apenas das tenistas Maria Sharapova (US$ 16,7 milhões) e Serena Williams (US$ 11,6 milhões). Para efeito de comparação: Tiger Woods, aos 29 anos e mais de 60 grandes títulos, amealha US$ 77 milhões anuais. Seu primeiro contrato, também com a Nike, foi de US$ 40 milhões. A menina havaiana segue no mesmo caminho, ainda que mais modesto. Antes mesmo de começar a ver a cor dos dólares, ele doou US$ 500 mil para as vítimas do furacão Katrina em Nova Orleans. ?É um fenômeno? resume Jennifer Rosales, vencedora de duas etapas do PGA Tour, o mais respeitado torneio do esporte. ?Ela fará o golfe feminino crescer de modo espantoso?.

Fará muito mais que isso, apostam os especialistas. No golfe, eles e elas podem dividir o mesmo green em campeonatos. Com 1,83 metros de altura, e a postura que faz seu corpo curvar-se como uma letra ?C?, Michelle põe a bola a 357 metros de distância, seu recorde pessoal. É marca próxima de homens medianos no ranking mundial. Em outras palavras: esse desempenho bagunçará o coreto masculino. No campo verde e também em outros terrenos. Bonita, elegante e simpática, ela virou queridinha dos que entendem de imagem e publicidade. Os US$ 10 milhões já assegurados são apenas os primeiros. Ela tem a imagem cuidada pela mesma empresa que administra a fama John Travolta e Clint Eastwood. Recentemente, apareceu em um programa de TV vestindo Dolce & Gabbana. Houve quem a comparasse a Nicole Kidman. Nada mal para uma moça que, no início da carreira, dependia do dinheiro doado pelos amigos dos avós na cidade sul-coreana de Jangheung. Em 2003, ela recebeu US$ 12 mil. Desde a semana passada ela reunirá esse valor a cada 10 horas. Preparem-se, porque Michelle Wie veio para fazer história.

US$ 12 mil Foi a doação que ela recebeu em 2003 da cidade natal dos avós

US$ 500 mil foi o valor doado pela golfista às vítimas do furacão Katrina

US$ 10 milhões será o montante anual com patrocínios já assinados com a Nike e a Sony