03/04/2018 - 15:56
A TIM acaba de completar a marca de 100% de cidades cobertas pela tecnologia 4G no Estado de São Paulo, um passo considerado importante pela operadora dentro de sua estratégia de investimento na expansão das redes de internet rápida e aumento da receita com tráfego de dados.
No primeiro trimestre, a companhia levou o 4G para mais 70 municípios paulistas, completando 645 ao todo. Com isso, a fatia da população local atendida subiu de 99,9% para 100,0% e São Paulo passou a ser o segundo Estado onde o sinal 4G da tele abrange a totalidade dos habitantes. O primeiro foi o Rio de Janeiro, na metade do ano passado.
“São dois Estados entre os mais populosos. Esse avanço é parte do caminho a ser trilhado para a nossa expansão das redes”, conta ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o diretor de tecnologia, Leonardo Capdeville. Agora a TIM contabiliza 3.110 municípios cobertos pelo 4G em todo o Brasil, enquanto sua meta é bater em 4.000 até o fim de 2020, o equivalente a 96% da população nacional.
Os dados do mercado mostram que a TIM detém uma participação de 26,81% nos acessos ao 4G no País, atrás da Telefônica Vivo (33,47%) e à frente de Claro (22,29%), Oi (16,38%) e Nextel (1,05%), segundo dados de fevereiro compilados pela consultoria Teleco.
Capdeville explica que a disseminação da internet móvel de alta velocidade é uma alavanca essencial para o crescimento da receita média por usuário e para a fidelização dos clientes. “Ao mudar do 3G para o 4G, o usuário passa a consumir mais dados, pois tem acesso a serviços de maior qualidade, como streaming de vídeos”, explica. “Também percebemos que a migração para o 4G leva a uma queda de cerca de 70% nos desligamentos de clientes”, complementa.
Dos 70 municípios paulistas que receberam o 4G da TIM neste trimestre, 66 ainda não contavam com nenhuma tecnologia de internet da operadora (nem 2G nem 3G), como são os casos de Embaúba, Santa Maria da Serra, União Paulista, Parisi e Redenção da Serra, entre outros.
O executivo observa que o avanço das redes de 4G em cidades de pequeno porte também servirá de base para a implementação gradual da oferta de banda larga por meio do WTTX (conexão sem fio por meio de sinal móvel). Essa tecnologia é eficiente, pois requer menos investimentos em infraestrutura na comparação com a instalação de redes de fibras óticas.
Do 4G para o 5G
Para os próximos trimestres, Capdeville reitera que a TIM buscará agilizar a implantação do 4G na faixa de 700 MHz, o que, entre outros benefícios, melhorará o tráfego de dados em ambientes fechados, como residências e prédios comerciais.
A licitação da faixa de 700 MHz foi realizada em setembro 2014 pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e teve lotes nacionais arrematados por Vivo, Claro e TIM. A faixa, porém, era ocupada pelos sinais de TV analógica, que está sendo desligada em todo o Brasil para permitir o tráfego da internet sem interferências. “Nosso foco é ativar a rede tão logo ela esteja disponível nas diversas cidades”, ressalta.
Capdeville afirmou que a TIM “vai analisar com cautela e atenção” a possibilidade de participar da licitação do lote suplementar de 700 MHz que está sendo preparado pelo governo federal para o segundo semestre, mas sinalizou que esse investimento não é prioritário. “Estaremos atentos a qualquer oportunidade que apareça. Nos últimos anos fizemos investimentos muito grandes que ainda carecem de retorno. Agora é que estamos conseguindo utilizá-lo na parte mais relevante do País”, afirma, referindo-se à liberação das faixas de 700 MHz em regiões metropolitanas de grande porte.
Capdeville indica que a TIM considera mais estratégica uma participação no aguardado leilão da faixa de 3,4 GHz, que poderia ser usada tanto para o aumento da capacidade em 4G como para a implementação futura da tecnologia 5G. “Um novo lote de 700 MHz não é disruptivo. O ponto positivo é que ele agrega em capacidade da cobertura. Já a faixa de 3,4 GHz é diferente, pois traz a oportunidade de uma evolução tecnológica”, explica.
O executivo acrescenta que a operadora está acompanhando o avanço das discussões no governo federal em torno de uma potencial licitação do 3,4 GHz, o que poderia ocorrer ainda em 2018 ou em 2019, segundo sua estimativa. Como essa faixa é ocupada por sinais de satélites, também precisaria passar por uma limpeza antes de ser disponibilizada para as teles, o que poderia ocorrer por volta de 2020 a 2021, prevê Capdeville. “É o timing ideal para reforçar o 4G e iniciar os testes de 5G”, avalia.