15/09/2015 - 16:31
A telefonia celular passa por rápida transformação no Brasil e no mundo e a TIM, a segunda maior operadora móvel do País, prevê a “morte” das mensagens de texto (SMS) e aposta no crescimento das receitas com pacotes de dados, como de internet e WhatsApp, para compensar a queda do faturamento mais tradicional, sobretudo com ligações de voz, afirma o presidente executivo da operadora Rodrigo Abreu.
O presidente da TIM avalia que o acesso a dados se tornou uma “necessidade básica” para muitos brasileiros. Em conversa com jornalistas nesta terça-feira, 15, em Nova York, após fazer uma apresentação para investidores e analistas onde mostrou a estratégia da companhia na área de dados, Abreu citou uma pesquisa recente de um analista. O levantamento, feito com a população de menor renda, mostrou que o brasileiro, para se ajustar à crise, tem cortado alguns gastos, como jantares fora, compras de bens duráveis e de roupas, mas tem tentado preservar o acesso à internet. Até para procurar emprego a internet é um canal importante, disse Abreu.
Além de os dados serem mais protegidos dos efeitos negativos da crise, Abreu afirma que o serviço tem margens maiores que os de voz. Ele prevê que o segmento vai ultrapassar antes do inicialmente esperado o faturamento de receitas tradicionais do setor, como voz e SMS, já em 2016. Antes, se esperava que esse movimento fosse ocorrer no final de 2017.
A deterioração da economia, em ritmo maior que o previsto, foi um fator fundamental para acelerar esse movimento, disse ele. “A receita com dados continua a crescer rápido, na verdade, mais rápido que o antecipado e a de voz segue declinando, também mais rápido que o esperado.”
Para o executivo, a empresa que não investir em infraestrutura de dados não vai conseguir competir no setor nos próximos anos. Ele citou, como exemplo, a necessidade de ampliar a cobertura 4G e a compra de frequências. Na apresentação aos investidores, o executivo mencionou o acordo fechado pela TIM com o WhatsApp e que mais de 90% dos celulares inteligentes do Brasil têm o aplicativo.
SMS
O tradicional SMS tende a “morrer” no Brasil, assim como já está acontecendo no resto do mundo, afirmou o presidente da TIM aos jornalistas. No mercado brasileiro, o serviço ainda tem sido usado porque o País conta com um número restrito de aparelhos inteligentes e, assim, sem acesso a aplicativos como o WhatsApp.
Outra tendência é a estabilização da base de chips de celulares pré-pagos. Isto porque os usuários estão preferindo ficar com apenas um em vez de dois, A base de usuários únicos, assim, deve seguir crescendo.
Questionado sobre as intenções do governo de regular serviços como o WhatsApp, Abreu avalia que esse ponto não se limita ao Brasil, mas tem havido discussões no mundo todo sobre o tema. O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, afirmou recentemente que esse tipo de serviço precisa ser regulamentado.