Pesquisadores da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, descobriram que algumas tintas utilizadas em tatuagens contêm substâncias químicas que podem causar câncer, além de chamarem a atenção para a falta de regulamentação desses produtos.

Os resultados foram apresentados nesta quarta-feira (24) durante um encontro virtual da Sociedade Americana de Química. O estudo liderado por John Swierk descobriu a falta de informação e fiscalização sobre a composição das tintas de tatuagem ao analisar 56 amostras.

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“Toda vez que olhávamos para uma das tintas, encontrávamos algo que me dava uma pausa”, disse Swierk em nota da Sociedade Americana de Química. “Por exemplo, 23 de 56 tintas diferentes analisadas até o momento sugerem que um corante contendo azo está presente.”

Embora muitos pigmentos azo não causem problemas de saúde quando estão quimicamente intactos, bactérias ou luz ultravioleta podem degradá-los em outro composto à base de nitrogênio que é um potencial cancerígeno, de acordo com o Joint Research Center, que fornece consultoria científica independente à União Europeia.

Outra preocupação dos pesquisadores é quanto ao tamanho das partículas encontradas na análise de 16 tintas usando microscopia eletrônica. Cerca da metade das  amostras continha partículas menores que 100 nm. “Essa é uma faixa de tamanho preocupante”, explicou Swierk. “Partículas desse tamanho podem atravessar a membrana celular e potencialmente causar danos”.

Os pesquisadores disponibilizaram os dados da análise no site “What’s in my ink?” (O que há na minha tinta?, em português), separados pelas marcas analisadas.