Numa minúscula sala do Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília, três peritos têm passado dias e noites numa caçada sem fim. Estão no encalço de uma quadrilha de marginais que há meses burlam os sistemas informatizados de segurança de bancos e que já levaram pelo menos R$ 10 milhões das contas de clientes.

Embora andem de pistola na cintura e distintivo no peito, Marcelo Gomes, Alexandre Barros e Murilo Pereira utillizam outras armas para capturar os bandidos virtuais: o próprio computador e um inofensivo mouse. Os três policiais fazem parte da ?Swat? virtual, um grupo de 10 peritos em informática da Polícia Federal, cujo trabalho tem alcançado cada vez maior importância na corporação.

?A demanda por nossos serviços tem explodido?, conta Marcelo Gomes, chefe do setor de Crimes de Computador do Instituto. A demanda pelo serviço tem crescido na mesma velocidade dos golpes que são aplicados na praça. Recentemente, os policiais virtuais ajudaram a desbaratar uma quadrilha de 17 hackers que atuavam em Marabá, no Pará. Os bandidos usaram cadastros de clientes e um software para desvendar senhas e, assim, levar mais de R$ 100 milhões de contas de vários bancos. Foi o maior roubo virtual da história do País.

Reforço. Com a entrada em vigor do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), que muda a conexão eletrônica entre bancos, empresas e o Banco Central, a Swat da internet pode ter ainda mais trabalho. Eles já estão se preparando para novas perseguições virtuais. Vão receber 28 novos peritos de informática para combater os crimes eletrônicos. ?A demanda tem crescido tanto que precisamos agilizar nossas investigações?, diz Gomes.