17/08/2022 - 21:20
Um lote da vacina contra a varíola dos macacos deve chegar nos próximos dias ao Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. A primeira remessa, de 50 mil unidades, deverá ser aplicada em profissionais de saúde que manipulam materiais contaminados.
A representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross, apontou que o laboratório responsável pelos imunizantes ainda não divulgou um calendário para as entregas.
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“Não temos como apresentar um calendário [de entrega de vacina] neste momento. Sabemos que uma parte das vacinas vai chegar em breve. Esperamos que o fornecedor nos especifique quando nós poderemos transportar a vacina para o Brasil”, disse ela, em coletiva de imprensa, no Ministério da Saúde.
Na entrevista o ministério também atualizou os números de casos confirmados no Brasil e no mundo. São 35.621 casos em 92 países, sendo 2,8 mil no Brasil.
De onde virá a vacina?
A vacina já é produzida desde 2019, mas agora está recebendo o aval de agências reguladoras pelo mundo para serem produzidas em larga escala.
O enfermeiro infectologista do HSANP, Milton Ribeiro, aponta que o laboratório dinamarquês Bavarian Nordic é o responsável por essas primeiras doses da vacina.
“O imunizante da Bavarian Nordic foi licenciado pela FDA, para a prevenção da infecção pelo vírus da varíola dos macacos. É essa a vacina que chegará ao Brasil a partir de setembro, por encomenda do Ministério da Saúde”, explicou.
Como ela vai funcionar no organismo?
O imunizante será uma espécie de atualização da vacina contra a varíola original, que foi a responsável pela erradicação da doença durante a década de 1980.
Ribeiro explica que ela será feita a partir de um vírus vivo, mas que não se replica.
Quem deverá tomar?
A primeira remessa que vai chegar ao Brasil ainda este ano será para uma parcela muito restrita da população: os trabalhadores de saúde que lidam com materiais contaminados. O ministro Marcelo Queiroga explicou que essas doses não vão mudar a situação epidemiológica do país em relação à doença.
Sobre as contraindicações, Ribeiro aponta que pessoas com problemas no sistema imunológico, vivendo com HIV, problemas de pele como dermatite atópica ou eczema, mulheres grávidas, alérgicos aos componentes da vacina, doenças cardíacas, doenças nos olhos tratadas com esteroides tópicos ou a crianças com menos de 12 meses não vão poder tomar a vacina.
“As recomendações e ações para interromper a transmissão devem incluir a vacinação direcionada de pessoas com alto risco de exposição à doença. Esses grupos incluem: homens gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens, profissionais de saúde lidando com casos suspeitos ou confirmados, alguns profissionais de laboratório e pessoas que fazem sexo com múltiplos parceiros”, explicou.