Transferir dinheiro para os seculares bancos suíços oferece agora um atrativo a mais além da tradição de segurança e sigilo que sempre atraiu os investidores. O franco suíço, uma das poucas moedas fortes européias a ficar de fora do euro, entrou na crista da onda — e pode ser uma boa opção de investimento neste momento de turbulência. A desaceleração da economia americana, que leva dinheiro para a Europa, e a crise de credibilidade na Argentina, que empurra os investidores internacionais na busca por aplicações conservadoras, fizeram do estável sistema financeiro dos Alpes um dos portos seguros mais procurados no mercado internacional. E, como resultado, a moeda nacional entrou em alta. Enquanto euro e iene não param de patinar sem sair do lugar, o franco, bem menos falado, começou o ano cotado abaixo de 1,60 por dólar e já encosta na casa de 1,80. Bom para investidores internacionais ? como são os brasileiros, na Suíça ? que acreditaram na moeda: a alta do franco, sozinha, já garantiu a eles 10% de ganho no período.

No Brasil, só quem investe nesse mercado são os clientes private dos bancos, que possuem grandes aplicações no exterior e não querem se expor a riscos mantendo aplicações numa única moeda, o dólar. Para buscar esse investimento há poucos caminhos ? um está nos próprios bancos suíços, o outro nos escritórios de advocacia que abrem contas em paraísos fiscais.

Nos últimos dias, uma lógica turbinou a ascensão do franco.
Ela rezava que o mercado dos Estados Unidos, habitual refúgio
para tempo de dificuldades, pode pode sofrer com uma possível queda em suas exportações para o continente. Com o euro enfraquecido, as opções internacionais são poucas ? e a
tradição da Suíça então fala mais alto.