07/01/2019 - 13:55
O presidente da República, Jair Bolsonaro, reafirmou nesta segunda-feira, 7, que quer tornar públicos todos os contratos dos bancos estatais, incluindo a sua gestão e de seus antecessores. “Não podemos permitir qualquer cláusula de confidencialidade pretérita”, ressaltou.
Em discurso durante a posse dos novos presidentes das estatais, Bolsonaro afirmou que tem orientado os “jovens” que estão à frente da política econômica a atuarem sob o lema “transparência acima de tudo”, em referência ao slogan do seu governo.
“Todos os nossos gastos terão de ser abertos ao público, e o que ocorreu no passado também. Aqueles que foram a essas instituições porque eram amigos do rei buscar privilégios não serão perseguidos, mas atos tornar-se-ão públicos”, declarou o presidente da República.
Mais cedo, pelo Twitter, Bolsonaro prometeu abrir e divulgar o que chamou de “caixa-preta” do BNDES e de outros órgãos, reafirmando uma promessa feita após sua eleição.
“Com poucos dias de governo, não só a caixa preta do BNDES, mas de outros órgãos estão sendo levantados e serão divulgados”, escreveu o presidente no Twitter.
Como exemplo de contratos desfeitos, Bolsonaro exemplificou um assinado pela Funai a três dias do fim do ano passado com a Universidade Federal Fluminense (UFF) no valor de R$ 45 milhões para criação de uma criptomoeda indígena.
A contratação foi alvo de um pedido de suspensão pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.
Na cerimônia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que os novos presidentes dos bancos públicos terão de enfrentar distorções no crédito estatal que, segundo ele, foi alvo de fraudes que serão reveladas quando o novo governo abrir a “caixa preta” dessas instituições.
“O mercado de crédito está estatizado. Quando o BNDES recebe aportes para fazer projetos econômicos estranhos, para ajudar os mais fortes, nós liberais não gostamos e achamos que isso é uma transferência perversa de recursos”, afirmou o ministro. “A Caixa foi alvo de saques, fraudes, e assaltos ao dinheiro público. Isso ficará óbvio mais à frente, na medida que essas caixas pretas forem analisadas”, completou Guedes.