22/03/2006 - 7:00
Ele criou uma marca respeitada sem ter uma das premissas básicas no mundo da construção de imagem: um logotipo ou uma loja que levasse o seu nome. O estilista americano Tom Ford era apenas um texano formado em história da arte na universidade de Nova York. Na década de 1990, ele tirou a tradicional grife italiana Gucci do buraco e a levou a um valor de mercado superior a US$ 4,5 bilhões. Tornou-se então o queridinho das editoras de moda das revistas mais influentes e uma lenda no mercado de luxo. Em 2004, contudo, deixou a casa italiana, foi para a Yves Saint-Laurent e largou tudo para se dedicar àquela marca que existia sem existir chamada Tom Ford. Ele até lançou produtos de beleza em parceria com a Estée Lauder e uma linha de óculos com o grupo Marcolin. Mas o retorno triunfal foi anunciado recentemente. Ford se associou ao grupo Ermenegildo Zegna para montar uma rede de lojas. A primeira delas será inaugurada, em Nova York, em novembro. Será uma grife masculina com ternos e acessórios exclusivos. ?Você não vestirá o mesmo terno que aparece nas revistas, tudo será feito sob medida?, diz Tom Ford.
Nessa área de produtos adequados a cada perfil, ele escolheu o sócio ideal. A Zegna, marca que faturou 713 milhões de euros em 2005, tem vasta experiência com a produção de tecidos e atendimento personalizado a seus clientes. ?É o casamento perfeito?, diz Daniel Brett, representante da Ermenegildo Zegna no Brasil. Uma união entre a tradição representada pelos italianos e a modernidade comandada por Ford. ?Com isso, a Zegna conseguirá rejuvenescer a própria marca?, diz Amnon Armoni, coordenador do MBA de gestão estratégica em moda da FAAP. O negócio prevê a abertura de lojas em Milão, Londres, Los Angeles e Tóquio até o fim de 2008. Mais: estima-se um faturamento de US$ 100 milhões no primeiro ano de operação. Não é para menos. Ternos de alta costura, cujos preços giram em torno de US$ 2,5 mil, sairão por US$ 4,5 mil. ?Será a grife de luxo do século?, diz Ford. É ver para crer.
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US$ 100 milhões é a estimativa de faturamento da grife no primeiro ano |
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