Um grupo rebelde da etnia oromo, aliado da Frente de Libertação do Povo de Tigré (TPLF) na combate contra as forças pró-governo no norte da Etiópia, disse à AFP, nesta quarta-feira (3), que a tomada da capital do país, Addis Abeba, é “uma questão de meses, se não semanas”.

No fim de semana, a TPLF anunciou assumido o controle de duas cidades estratégicas, Dessie e Kombolcha, sem descartar seguir rumo à capital.

Ao mesmo tempo, o Exército de Libertação Oromo (OLA), que formou uma aliança com a TPLF em agosto passado, informou que entrou em várias localidades ao sul de Kombolcha, incluindo Kemissie.

Ao ser questionado sobre uma possível entrada na capital, o porta-voz do OLA, Odaa Tarbii, afirmou que, “se as coisas continuarem no ritmo atual, é questão de meses, se não semanas”.

Os combatentes do OLA e da TPLF “já se uniram e estão em contato constante”, disse ele, garantindo que a queda do primeiro-ministro Abiy Ahmed é “inevitável”.

Apesar de negar o avanço dos rebeldes, o governo declarou estado de emergência nacional na terça-feira (2). As autoridades de Addis Abeba pediram aos moradores que se organizassem para defender a cidade.

Nesta quarta (3), o primeiro-ministro Abiy Ahmed acusou a aliança rebelde de transformar a Etiópia na Líbia, ou na Síria.

“Querem destruir um país, não construí-lo”, criticou, lançando um apelo pela unidade da população.

O conflito na região etíope do Tigré, que começou em novembro de 2020, sofreu uma grande reviravolta nos últimos meses.