06/03/2002 - 7:00
Imagem é tudo. Esta frase você certamente já ouviu. Não existe ninguém melhor que Geoffrey Cook para explicar o que isso significa para corporações que querem sobreviver no mercado global. Sócio de uma das mais importantes empresas de design do mundo, com sede em Bruxelas e filiais em Nova York e Barcelona, ele acaba de assinar um projeto audacioso: dar uma nova ?cara? ao Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Explica-se: nas próximas semanas, o tradicional museu da Rua 53 ? que abriga um impressionante estoque de obras de Van Gogh, Picasso e Matisse ? vai virar pó. O museu será derrubado para dar lugar a um arrojado prédio em 2005. Seu acervo foi transferido temporariamente para uma fábrica de grampeadores no Queens. O novo MoMA custará US$ 650 milhões. A Base Design embolsou uma quantia desse total, mas Cook não revela quanto ganhou para criar o nome do museu temporário, o MoMA QNS, e sua identidade visual.
Mas ninguém precisará ir aos Estados Unidos para conhecer a obra da Base. O primeiro trabalho da empresa no Brasil pode ser visto desde a semana passada. Foi sob a batuta deste designer de 31 anos que a grife paulistana Lita Mortari, dona de um faturamento de R$ 7 milhões, mudou radicalmente seu visual ? das vitrines das lojas ao logotipo, incluindo os catálogos. ?Moda é imagem. Sem uma roupagem moderna, a marca corria o risco de perder espaço?, explica Jeff Cook a DINHEIRO.
O trabalho de Cook no Brasil não pára por aí. O designer veio sondar o potencial do mercado nacional. ?Queremos entrar de cabeça no Brasil, montar uma representação ou subsidiária.? Para que a unidade saia do papel, entretanto, existe uma condição: o volume de negócio tem de chegar a US$ 250 mil por ano. O estudo da Base mostra que o potencial do mercado brasileiro é de US$ 10 milhões. Tudo vai depender da mudança de mentalidade local. Cook sabe do que está falando. Foi dele o projeto de entrada da Donna Karan no Brasil e a reformulação da loja Daslu, em São Paulo. ?Com a entrada de empresas internacionais no Brasil, as marcas terão de dar mais valor à imagem?, avalia.
O trabalho realizado por aqui não difere do que foi feito em outras partes do mundo. Criada no final dos anos 80, a Base é uma conhecida ?reformuladora de imagem?. São 25 funcionários ? cinco sócios ? que viajam o mundo em busca de projetos. De uma campanha de moda em Paris a uma coleção de livros em Barcelona. E não é tudo: entre os clientes figuram nomes como Yves Saint-Laurent, Sotheby?s e Barbizon Hotel. Para o MoMA, por exemplo, a equipe de Cook adicionou as letras QNS ao logotipo do museu ? brincando com uma abreviação de aeroportos. ?Nada melhor para dar um ar de mudança do que os símbolos de aviação.? O MoMA é o mesmo, mas ganhou uma atração à parte: o trabalho de Cook.