01/11/2025 - 11:00
O brasileiro está mais pragmático com relação ao trabalho, valorizando mais salário e benefícios e deixando a flexibilidade e o propósito em segundo plano, aponta a pesquisa Workforce Brasil 2025, realizada pela consultoria Korn Ferry.
A pesquisa ouviu 1.200 trabalhadores para entender suas expectativas e desejos na hora de procurar emprego e quais os fatores que fazem a pessoa escolher e permanecer no trabalho. O tópico ‘salário e remuneração’ segue como principal fator de escolha em 2025. Porém, o segundo lugar no pódio mudou de dono.
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O brasileiro tem dado mais prioridade aos ‘benefícios’ do que ao ‘horário de trabalho flexível’, que passaram a ocupar o segundo e terceiro lugar, respectivamente, quando a pessoa pensa em escolher um novo emprego. O antes desejado ‘trabalho remoto’ perdeu espaço entre as prioridades de quem procura um novo emprego e não está mais nem no Top 5. Já a ‘estabilidade e segurança no trabalho’ foi um dos tópico que subiu na escala.
“Em 2024, muitos profissionais priorizavam flexibilidade e propósito como forma de ressignificar o trabalho após a pandemia. Em 2025, esses valores permanecem, mas em outra posição. Primeiro, vem a segurança e estabilidade, e claro, a proteção financeira”, explicou Isadora Reis, Head de Marketing e Comunicação Institucional da Korn Ferry para a América Latina e líder do estudo Workforce 2025 no Brasil.
A especialista explica que a postura dos profissionais se dá por conta do contexto de incerteza econômica. Em 2024, o estudo identificou um otimismo maior com a economia, o que não se repetiu em 2025.
“No Brasil, o ambiente econômico vive um momento ambíguo: há melhora em alguns indicadores de confiança, mas a renda real e o poder de compra seguem comprimidos. Essa instabilidade fez com que remuneração e estabilidade voltassem ao centro da equação, agora acompanhadas por uma demanda mais racional por crescimento e segurança no longo prazo”, acredita.
Diferenças geracionais
Apesar da preocupação com salário e benefícios ocuparem o topo dos desejos dos trabalhadores no geral, ainda há algumas diferenças geracionais dos fatores que importam na hora de escolher um trabalho ou se manter nele.
Somente 67% dos trabalhadores com mais de 65 anos citaram o quesito “Cultura e valores organizacionais” como importante para escolher um trabalho, enquanto esse índice entre os Millenials é de 87%. Na hora de permanecer no trabalho, 78% dos Baby Boomers afirmaram que ter tempo para suas prioridades pessoais é importante, enquanto esse índice para a Geração Z é maior: 87%.
“Os profissionais mais experientes, especialmente das gerações X e Baby Boomers, continuam buscando segurança e previsibilidade, valorizando benefícios sólidos e o respeito à trajetória profissional, o que é natural em estágios mais avançados da carreira. Já entre as pessoas das gerações mais jovens, com a Geração Z e Millennials, há uma sensibilidade maior a temas como cultura organizacional, autonomia, propósito e flexibilidade”, encerrou Isadora.
