O que você acharia de assistir aos principais desfiles de moda de Milão, Nova York, Londres e Paris? Que tal percorrer as vinícolas do norte da Itália como Toscana e Piemonte? Ah! Os melhores hotéis e as mecas do consumo de alto luxo também estarão incluídos. Não pense que este é algum roteiro turístico de alto nível. Isso tudo é trabalho. Alguns profissionais do ramo de moda, gastronomia, decoração e paisagismo buscam as novidades e as tendências nessas viagens para trazer produtos exclusivos ao País, o que torna o ofício muito mais prazeroso. Que o diga Ricardo Minelli, diretor comercial da loja paulistana Daslu Homem. Há cinco anos, sua vida profissional resumia-se aos frios
números do mercado financeiro quando atuava como diretor de um grande banco. Hoje, ele vive entre São Paulo, Milão, Nova York, Londres e Paris. ?Vou, em média, umas quatro vezes por ano para cada uma dessas cidades em busca das tendências da moda para o Brasil?, diz Minelli.

Minelli, da Daslu: ?Vou quatro vezes por ano para Milão e Paris?
E é justamente isso que faz o diferencial da loja em que ele trabalha. ?Temos peças exclusivas que não são encontradas em qualquer outro lugar do País?, diz ele. Essa regra também vale para o setor gastronômico. Pelo menos duas vezes por ano, os irmãos Massimo e Venanzio Ferrari, donos do Massimo, restaurante freqüentado pela elite paulistana, percorrem a Itália à procura de vinhos exclusivos. Entre as paradas dos restauranteurs estão as vinícolas da região de Piemonte e da Toscana. Nesses ambientes a ordem é apreciar as melhores safras com vista para o belo Forte Calpabio, construção medieval na Toscana. Ali, entre goles e goles, sentados ao lado dos vinhedos e depois de tanto parlar, eles escolhem as garrafas à dedo, como o encorpado Villa Cafaggio, que no Brasil só pode ser apreciado no restaurante dos irmãos. ?Passamos dez dias garimpando os melhores vinhos da Itália?, diz Venânzio Ferrari, sócio do Massimo.

A tarefa de vasculhar preciosidades pode levar a lugares
exóticos como uma feira de rua no Marrocos. A design Tânia Bulhões, dona da loja Tânia Bulhões Home, por exemplo, é o
que se pode chamar de peregrina das compras. ?Viajo a cada 40 dias e se não trago peças, absorvo idéias para a loja?, diz Tânia. Ela passa por países como Marrocos, China e Indonésia. O paisagista Giberto Elkis, entretanto, encontrou um só destino no último ano: Nova York. Ele, que trabalhou em projetos como o do hotel Emiliano, em São Paulo, agora está a frente de uma obra nos Hamptons, balneário de luxo próximo a Nova York. ?Este ano já fui para lá cinco vezes.? E sempre que pode, passa na Inglaterra, Japão, Vietnã e Tailândia. ?É vendo os fenômenos naturais desses locais que eu consigo inspiração?, diz ele.