BRASÍLIA (Reuters) – A transmissão de participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento com entidades do setor industrial nesta quinta-feira foi invadida por hackers, que exibiram imagens pornográficas, músicas e gritos durante a videoconferência, em prática denominada “zoombombing”, que envolve ataques de cunho obsceno e discriminatório ao software Zoom.

Durante a transmissão, intitulada “Diálogos da Indústria”, promovida pelo grupo Coalizão Indústria, os nomes dos invasores apareceram em alfabeto cirílico. Anunciado na tarde de quarta-feira, o evento ocorreu de maneira híbrida, com o ministro e empresários reunindo-se presencialmente em um hotel em Brasília público e alguns participantes acompanhando remotamente.

A imprensa teve de realizar credenciamento para acompanhar o evento por meio da plataforma Zoom. Ao público geral, a organização do evento disponibilizou um link, por meio de um site, para acompanhamento, onde não foram relatados problemas. A Reuters acompanhou a transmissão pelo site, não constatando nenhuma irregularidade durante a transmissão.

O ataque não foi percebido pelo ministro, que prosseguiu com sua explanação. Empresários reunidos presencialmente também não constataram a invasão da transmissão.

Em nota divulgada após o ocorrido, a Coalizão Indústria informou que os invasores utilizaram os nomes de jornalistas credenciados para invadirem a transmissão.

“Os perfis foram excluídos rapidamente. A transmissão para o público não houve interferências e ocorreu normalmente. A Coalizão Indústria informa ainda que vai apurar os fatos e pede desculpas aos repórteres presentes na transmissão pelo inconveniente.”

O Ministério da Economia informou que não irá comentar o episódio.

Posteriormente, o Zoom, plataforma que hospedava a videoconferência, informou em nota condenar “veementemente esse tipo de comportamento”, em referência à invasão realizada nesta manhã durante a transmissão.

A companhia também informou ter atualizado, recentemente, uma série de configurações padrão e adicionado recursos para auxiliar os “hosts” de videoconferências a acessar mais facilmente os recursos de segurança nas reuniões.

“Também temos instruído os usuários sobre as melhores práticas de segurança para configurar suas reuniões, incluindo a recomendação de que evitem compartilhar links e senhas de reuniões privadas publicamente em sites, mídias sociais ou outros fóruns públicos”, informou a empresa.

(Por Gabriel Ponte)

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