A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou nesta sexta-feira, 27, um leilão de centenas de quilômetros de linhas de transmissão em lotes que envolvem seis estados. O certame ocorreu na B3 em São Paulo a partir das 10 horas.

O Consórcio Engie Brasil Transmissão, formado pela Engie Transmissão de Energia Participações II S.A. (99,9%) e pela Engie Brasil Energia (0,01%), venceu o Lote 1 com uma proposta de deságio de 48,14% sobre a receita anual permitida (RAP), totalizando 252,4 milhões de reais.

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A Taesa foi a vencedora do lote 3, com receita anual permitida (RAP) de 17,76 milhões de reais, o que representa um desconto de 53,45% ante o valor máximo que havia sido estabelecido.

O lote 4 ficou com a Cox Brasil, que ofertou uma receita anual permitida (RAP) de 12,6 milhões de reais, deságio de 55,56% ante o valor máximo.

A concorrência contou ainda com a participação das elétricas CPFL e EDF, empresas de engenharia e consórcios menores.

O que está em cada lote

O Lote 1 abrange 780 quilômetros (km) localizadas nos estados de Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, a construção das subestações 525 kV Curitiba Oeste e Abdon Batista 2 e e continuidade das subestações 230/138 kV Mascarenhas e 230 kV Aimorés.

O Lote 1 representa em torno de 87% dos investimentos estimados em relação a todos os lotes do leilão. A Aneel informou que, para estimular a competitividade, ele foi dividido em dois sublotes: 1A e 1B, porém a Engie arrematou todos os lotes.

O Lote 2 prevê a instalação de uma subestação no Estado de São Paulo, com 244 milhões de reais em investimentos estimados. Já o lote 4 prevê a construção de uma subestação na Bahia, com 168,24 milhões de reais em investimentos.

Lote do Rio Grande do Sul foi retirado

Dos quatro lotes previstos na minuta de edital do leilão encaminhada em maio para o Tribunal de Contas da União, três serão ofertados neste leilão.

O Ministério de Minas e Energia (MME) determinou, em julho, que o Lote 2 do certame, com empreendimentos no Rio Grande do Sul, fosse retirado para um novo estudo do traçado das linhas de transmissão e da localização das subestações inicialmente previstas, a ser produzido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), informou a Aneel.

A justificativa é de que os locais onde seriam instalados os empreendimentos foram severamente afetados pelas enchentes que atingiram o estado entre abril e maio deste ano.

Leilão foi o segundo realizado no ano

Esse foi o segundo leilão de transmissão de energia realizado pelo governo federal neste ano, em meio a esforços para ampliar e reforçar a rede elétrica nacional devido ao rápido crescimento da geração no país e ao crescimento do consumo de energia.

Na primeira licitação de 2024, realizada em março, foram ofertados 15 lotes de transmissão, com 18,2 bilhões de reais em investimentos, em disputa que teve a Eletrobras o BTG Pactual como principais vencedores.

Para os próximos anos, o Ministério de Minas e Energia prevê pelo menos mais três leilões de transmissão de energia. Segundo calendário divulgado na véspera pela pasta, em 2025 haverá um único certame, em outubro. Já em 2026, os certames devem ocorrer nos meses de abril e outubro.