S e você está indeciso sobre onde investir, dê uma olhada nos fundos de fundos. Eles podem ser a opção na medida certa para aqueles investidores que vivem em dúvida sobre qual banco é o mais seguro ou qual fundo rende mais. A vantagem é que como há vários bancos e consultorias independentes envolvidos na operação, o controle de gestão acaba sendo maior.

Os fundos de fundos são FACs (Fundos de Aplicação em Cotas) que investem em FIFs (Fundos de Investimento Financeiro). É como se o FAC fosse um grande guarda-chuva e guardasse embaixo dele vários fundos de outros bancos. Dessa forma, quando o cliente aplica num FAC está, de fato, investindo em fundos de outras instituições. ?Isso dilui o risco e aumenta a diversificação?, diz Sérgio Garibian, diretor-adjunto da Standard and Poor?s. O ponto fundamental de uma aplicação como essa é a transparência. Como envolve vários bancos, aumenta o grau de rigidez com relação à política de marcação a mercado. ?Tem mais gente no meio fiscalizando a gestão?, observa Garibian.

A indústria de fundos de fundos se expande em ritmo acelerado no mundo, o que mostra que o produto passou a ser o queridinho dos investidores. Mundialmente, ela cresce numa base de 30% ao ano. O volume financeiro é de US$ 300 bilhões, segundo a empresa de pesquisa Cerrulli Associates. No Brasil, eles também vêm ganhando cada vez mais espaço. Dados da Anbid mostram que há 1.600 deles nas prateleiras dos bancos.

O BankBoston acaba de lançar o primeiro produto no País que investe em fundos exclusivos. É comum encontrar na indústria produtos que aplicam em fundos de varejo. Ou seja: cada gestor adota uma estratégia. No caso do Boston Multimanager, o banco fará a gestão sob a supervisão da consultoria Reliance. No
dia-a-dia, a consultoria e o banco acompanham as operações
para saber se as normas de aplicação estão sendo seguidas. A custódia e a controladoria foram terceirizadas para o Itaú, o que
dá ainda mais segurança à gestão. ?Isso significa que se houver algum problema ou crise, os papéis do fundo não irão se misturar com os outros?, diz Maurício D?Amico, diretor de produtos de investimentos do BankBoston.

O concorrente Citibank tem 50 fundos de fundos e já planeja ampliar esse número. ?A crescente procura tem nos motivado a lançar outros fundos com o mesmo modelo?, afirma Ciro Suplicy, diretor de investimentos da área private do banco. Para fazer a avaliação do risco da gestão, o banco contratou a empresa Risk Office. Para William Eid, do Centro de Estudos de Finanças da FGV, a demanda maior contribui para a exigência de mais transparência. ?O principal favorecido é o investidor.?