05/01/2015 - 0:00
O investidor que procurar motivos para apostar na baixa das ações da Petrobras não terá muito trabalho. É só contar:
1) a baixa nos preços do petróleo. No início da tarde desta segunda-feira 5, os contratos futuros do Brent para fevereiro indicavam US$ 50 dólares por barril, a menor cotação em cinco anos.
2) a piora da situação da empresa. No dia 30 de dezembro de 2014, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um inquérito para investigar a corrupção na Petrobras. Isso soma-se às várias notícias de malfeitorias e irregularidades na empresa.
3) a fuga dos investidores internacionais. Em dezembro, eles retiraram R$ 2,2 bilhões da Bolsa. No mercado internacional, os papéis da Petrobras acumulam baixas sucessivas, com reflexo nas cotações aqui.
Em um cenário tão ruim, não é surpresa que as ações estejam em seu menor patamar nos últimos dez anos, com suas cotações retornando aos níveis de 2005. É hora de comprar?
Na avaliação de três gestores ouvidor por DINHEIRO, não, exceto se você for um investidor com perfil bastante especulativo, que compra e vende ações constantemente. Caso contrário, a recomendação é ficar fora. Eis o porquê:
Os preços internacionais do petróleo, que são o que motiva os investidores estrangeiros a comprar ou vender ações de companhias petrolíferas, deverão permanecer baixos pelos próximos meses, devido ao aumento da produção por exportadores tradicionais como Arábia Saudita e Irã. Assim, a demanda internacional por essas ações em geral deverá continuar fraca.
Somando-se a isso os sucessivos adiamentos para a divulgação dos resultados do terceiro trimestre e os processos de investidores americanos, e está montado o cenário para mais solavancos nas ações.
Nas palavras de um experiente gestor de ações: em algum momento, os papéis da Petrobras vão ficar tão baratos na Bolsa que vão começar a atrair investidores. O problema é que não possível adivinhar qual será esse momento, e quanto tempo será necessário para que as ações voltem aos preços anteriores.