11/05/2011 - 21:00
De uma só vez, três empresas de setores diferentes anunciaram sua intenção de abrir capital. São elas a holding de redes de farmácias Brazil Pharma, a operadora de planos de saúde corporativos Qualicorp e a Perenco Petróleo e Gás do Brasil. A Brazil Pharma é controlada pelo BTG Pactual, de André Esteves, que será também o coordenador líder da oferta. Dona de marcas como a Farmais, a holding tem 302 unidades próprias e outras 361 nas mãos de franqueados. A intenção é usar 70% do valor captado no mercado para comprar novas redes farmacêuticas, obter capital de giro e ampliar o número de unidades próprias. A Qualicorp é uma especialista em negociação de benefícios corporativos. A intenção da companhia, que obteve receita líquida de R$ 470 milhões em 2010, é vender ações no Novo Mercado, por meio de ofertas primária e secundária, com coordenação do Bank of America Merrill Lynch. A Perenco é a subsidiária brasileira do grupo franco-britânico Perenco, que explora petróleo e gás em 16 países. No Brasil, a empresa detém a exploração em cinco blocos, em sociedade de 50% com a OGX, de Eike Batista. A intenção é fazer uma oferta primária de ações ordinárias sob coordenação do Itaú BBA.
Esteves: capital para comprar farmácias
Destaque no pregão
O negócio da Multiplus são as campanhas para aumentar a fidelidade dos consumidores. Isso tem funcionado também para os acionistas. Desde que abriu capital em fevereiro do ano passado, as ações da companhia acumulam uma alta superior a 110%. Na semana passada, a empresa anunciou um lucro líquido de R$ 70,8 milhões, valor 844% superior ao resultado do mesmo período do ano passado. Na comparação com o trimestre anterior, a evolução foi de 63,5%. A empresa emitiu 17 bilhões de pontos, valor recorde.
Palavra de analista
Diante das incertezas de setores que dependem da economia mundial, como o de commodities agrícolas, empresas ligadas ao mercado interno continuam sendo as preferidas dos investidores. “Este é o caso da Multiplus. A empresa não está exposta a condições internacionais, ainda tem muito espaço para crescer e seus resultados poderão se transformar em bons dividendos no futuro próximo”, afirma Rosângela Ribeiro, da SLW corretora.
Papéis avulsos
O canto de cisne de Agnelli
Roger Agnelli encerrou sua trajetória na Vale entregando aos acionistas um lucro de US$ 6,8 bilhões no primeiro trimestre, 325% maior que o do mesmo período de 2010. O resultado foi obtido a partir do aumento da demanda e do desenvolvimento de ativos de maior valor agregado. A receita líquida subiu para US$ 13,5 bilhões, uma alta de 98% na mesma base de comparação, mas caiu 10,9% ante o último trimestre de 2010. “O desempenho do primeiro trimestre foi mais fraco devido aos eventos climáticos”, informou a companhia.
Maiores altas da semana
Maiores baixas da semana
As 10 mais negociadas do Ibovespa
Desempenho das empresas por setor de atividade
Termômetro do mercado
Bolsa no mundo
Educação financeira
O livro Os 7 Passos Para o Melhor Relacionamento Bancário, de Fernando Blanco, explica os pontos fundamentais para o melhor relacionamento entre banco e empresa: como aumentar o crédito para empresa e como aumentar a segurança para o banco. (Ed. Saraiva, 128 páginas, R$ 39)
Bancos
Itaú lucra R$ 3,6 bi
O Itaú Unibanco lucrou R$ 3,6 bilhões no primeiro trimestre de 2011, um crescimento de 14,8% em relação ao mesmo período do ano passado. A instituição viu sua carteira de crédito crescer 21,9%, para R$ 344,9 bilhões nesse período. Para 2011, a instituição prevê um crescimento médio de 18% em seus empréstimos.
Touro x urso
O início de maio não trouxe novidades positivas e o Ibovespa perdeu 3,13% nos primeiros quatro dias do mês. Os investidores continuam preocupados com a inflação e com os juros. Nesta semana, a safra de balanços continua. Estão previstos os resultados de Hypermarcas e Gafisa (9), Banco do Brasil, Gol e JBS Friboi (10), BM&FBovespa (12) e Brasil Foods (13). Na economia, o IBGE divulga o resultado das vendas no varejo em março na quinta-feira 12.
Personagem
lucros da CSU crescem 95%
Mônica Molina, diretora de RI da CSU Cardsystem: mais reuniões com acionistas
O lucro líquido da CSU Cardsystem cresceu 95% em relação ao ano anterior. Os bons resultados impulsionaram a liquidez das ações e o volume de negócios triplicou no primeiro trimestre. Além de melhorar os lucros, a companhia aproximou-se dos investidores. A diretora de Relações com Investidores (RI) Mônica Molina, realizou vários encontros com acionistas em potencial no primeiro trimestre. Ela aproveitou uma pausa na agenda e conversou com a DINHEIRO:
Por que o lucro cresceu 95%?
Foi devido aos ganhos em eficiência e ao foco na gestão. O mix de receitas melhorou e as despesas caíram 15%. Isso permitiu aumentar a geração de caixa em R$ 70 milhões, melhorando as margens.
É possível repetir o ganho em 2011?
O ano de 2011 está se configurando como uma oportunidade de intensificar nossos esforços comerciais. Diversificamos nossos clientes e hoje atendemos varejo e seguradoras. Temos trabalhado na retomada do crescimento de receita e na manutenção dos controles. Também temos novos projetos nas áreas de contact center e adquirência.
Como aproveitar a maior concorrência entre as administradoras?
Temos uma gama de soluções já desenvolvidas e podemos ser, por exemplo, o braço tecnológico dos players internacionais que estão chegando ao Brasil. Temos novos clientes em potencial.
Apesar da melhora dos números, as ações caíram 31% em 2011. Por quê?
A bolsa está bem volátil, seja pelo tsunami no Japão, seja pelas incertezas no mundo árabe. Ações de empresas de pequena capitalização, como a CSU, acabam sofrendo mais. Um investidor que se sinta inseguro e venda as ações consegue derrubar os preços. Nosso trabalho é ajudar os investidores a perceberem o valor da ação e a consistência dos resultados.
Como está a liquidez dos papéis?
A liquidez triplicou e subiu para R$ 1,5 milhão do último trimestre de 2010 para o primeiro trimestre de 2011. Nossa meta é intensificar o relacionamento com o mercado de capitais. Temos feito mais reuniões de aproximação com corretoras e com grandes investidores. O mercado acionário está começando a colocar as ações da CSU Cardsystem no seu radar de investimentos.
Pelo mundo
Lucro da GM triplica - O lucro mundial da GM foi de US$ 3,2 bilhões no primeiro trimestre, o triplo do mesmo período de 2010. Foi o quinto trimestre consecutivo no azul. A demanda por carros mais econômicos, como o híbrido Volt, sustentam os resultados da montadora.
Carlos Slim fica mais rico – O ganho da telefônica América Móvil subiu 12% no primeiro trimestre do ano para US$ 2 bilhões. A companhia é controlada pelo bilionário Carlos Slim, o homem mais rico do mundo segundo a revista Forbes. O grupo aumentou seu resultado elevando o número de clientes. A divisão de serviços sem fio conquistou 6 milhões de novos assinantes no trimestre.
Carrefour demite CEO - O Carrefour demitiu James McCann, que presidia as operações na França, devido aos maus resultados do trimestre. Lars Olofsson, CEO internacional, assume temporariamente o cargo.
Com Caio Moretto, Juliana Schincariol e Lilian Sobral