Cerca de 30.000 manifestantes se concentraram nesta segunda-feira em Skopje, segundo cálculos da AFP, para apoiar o premiê conservador Nikola Gruevski, cuja demissão é exigida pela oposição macedônia, que o acusa de corrupção e de realizar escutas ilegais em larga escala.

Os manifestantes continuavam chegando à esplanada do Parlamento, onde devia ocorrer uma manifestação à noite, enquanto mil simpatizantes da oposição de esquerda acampavam a dois quilômetros da distância, em frente à sede do governo, exigindo a demissão do premiê, que há nove anos está à frente desta pequena república que fez parte da Iugoslávia.

Os simpatizantes de Gruevski gritavam em frente ao Parlamento, “Macedônia, Macedônia (…) Nikola, Nikola!”.

Gruevski disse ante seus seguidores que seu objetivo continua sendo a adesão do país à União Europeia (UE) e à Otan, e assegurou que está disposto a “escutar” as demandas da oposição. Mas, também insistiu que não renunciará ao cargo.

“As forças obscuras não vencerão”, disse, reiterando as acusações, sem dar provas, de que por trás da oposição há serviços secretos estrangeiros que querem tirá-lo do poder.

“Vim porque o meu país está ameaçado. Nuvens sombrias se acumularam e viemos dispersá-las”, afirmou, exibindo uma bandeira macedônia, Tode Mladenovski, de 50 anos, um simpatizante do premiê.

Para o analista político Alajdin Demiri, Gruevski pretende, com esta manifestação, “reforçar sua posição no poder. Se esta for um sucesso, ele continuará governando apesar da realidade e das novas circunstâncias”.

Washington, por sua vez, expressou suas “inquietações” com relação à crise na Macedônia. “Exigimos às autoridades que façam tudo o possível para responder às alegações com relação a eventuais atos negativos do governo (…) e à oposição para que volte ao Parlamento para reforçar o controle das instituições governamentais”, afirmou nesta segunda-feira o porta-voz do Departamento de Estado americano, Jeffrey Rathke.

No domingo, mais de dez mil pessoas protestaram contra o governo Gruevski, convocadas pelo líder da oposição esquerdista, Zoran Zaev.