20/06/2025 - 6:15
Presidente americano afirmou que eventual envolvimento dos EUA será decidido em duas semanas. Enquanto isso, ministros europeus reúnem-se com chefe da diplomacia iraniana em Genebra.O suspense sobre se os Estados Unidos atacarão militarmente o Irã, há oito dias envolvido em um conflito com Israel, deverá durar até o início do próximo mês.
O presidente americano, Donald Trump, anunciou na quinta-feira (19/06), que tomará uma decisão final sobre o tema em duas semanas.
Ele ainda está avaliando os prós e contras de mobilizar os militares americanos para atacar instalações atômicas iranianas localizadas bem protegidas em bunkers.
Os EUA têm a única bomba convencional que seria capaz de atingir alvos subterrâneos profundos, a GBU-57, que precisa lançada por aviões bombardeiros furtivos B-2, provavelmente pilotado por militares americanos.
Por outro lado, Trump sofre pressão de parte de sua base de apoio para não entrar no conflito – uma de suas promessas de campanha foi não envolver os EUA em guerras no exterior. Além disso, o prazo alongado para tomar uma decisão dará mais tempo para a busca de uma eventual solução diplomática para o conflito.
Trump vem exigindo que o Irã desative suas instalações de enriquecimento de urânio – algumas já parcialmente afetadas pelos ataques israelenses, enquanto a de Fordo segue bem protegida no subsolo.
Na quinta-feira, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que Trump via uma chance “substancial” de obter uma saída negociada para o conflito.
Ela leu uma declaração do presidente, na qual ele afirma: “Baseado no fato de que já uma chance substancial de negociações que podem ou não ocorrer com o Irã no futuro próximo, tomarei minha decisão sobre entrar ou não (no conflito) nas próximas duas semanas.”
As duas semanas também darão tempo para que os militares americanos se posicionem melhor para um eventual conflito direto.
Isso envolve tanto a chegada de um segundo porta-aviões à região, para fazer frente à provável retaliação iraniana em caso de um ataque americano, como para que Israel faça novos esforços para neutralizar sistemas de defesa anti-aérea iraniana ao redor da instalação de Fordo, segundo o jornal The New York Times.
Ministros europeus reúnem-se com homólogo iraniano
A tentativa de buscar uma saída negociada para o conflito envolve ainda países europeus.
Nesta sexta-feira, ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França e Reino Unidos deverão se reunir com seu homólogo do Irã em Genebra, na Suíça, para discutir o programa nuclear iraniano.
Participarão da reunião o alemão Johann Wadephul, o francês Jean-Noel Barrot e o britânico David Lammy. Do lado iraniano, estará o ministro Abbas Araghchi.
Na quinta-feira Lammy reuniu-se também em Washington com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.
Após o encontro, Lammy disse em um comunicado que a situação na região continua perigosa. “Discutimos como o Irã precisa fazer um acordo para evitar o agravamento do conflito. Uma janela de oportunidade existe no momento, pelas próximas duas semanas, para alcançar uma saída diplomática.”
Os ministros europeus em Genebra tentarão fazer avançar essa saída diplomática. A cidade suíça já foi a sede de conversas que resultaram em um acordo nuclear com o Irã em 2013, que abriu caminho para um compromisso mais ampliado em 2015.
As recentes negociações sobre o tema entre os EUA e a república islâmica foram interrompidas com os recentes ataques de Israel.
bl (AP, AFP, ots)