10/02/2025 - 20:11
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cumpriu nesta segunda-feira (10) sua promessa de impor tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio.
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“Hoje simplifico nossas tarifas sobre o aço e o alumínio”, disse o presidente no Salão Oval, enquanto firmava as ordens executivas. “É 25%, sem exceções nem isenções”. Trump acrescentou que consideraria a imposição de tarifas adicionais sobre automóveis, produtos farmacêuticos e chips de computador.
“Acreditamos muito no diálogo”
Geraldo Alckmin, vice-presidente do país e atual responsável pelo Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), minimizou as ameaças de Donald Trump sobre uma nova taxa nas importações de alumínio e aço do país. “Vamos aguardar, porque nós acreditamos muito no diálogo”, disse. “A nossa disposição é sempre a de colaboração, parceria em benefício das nossas populações.”
O ministro destacou ainda o histórico de relações diplomáticas entre ambos os países. “Nós temos uma relação de 200 anos. Brasil e Estados Unidos tem dois séculos [de relações], e é uma colaboração mútua, é um ganha-ganha.”
Ao mesmo tempo, Alckmin não descartou a criação de novas taxas sobre os Estados Unidos. “O Brasil pode adotar reciprocidade, pode também estudar a taxação de produtos de tecnologia, de plataformas de tecnologia americanas”, exemplificou.
Os Estados Unidos são hoje o principal destino do aço brasileiro. Representam também o segundo maior comprador em valores do alumínio do Brasil.
Alckmin destaca cotas durante taxação anterior
O ministro lembrou também que taxas assim já foram implementadas. Durante seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, mas depois concedeu a vários parceiros comerciais — incluindo Canadá, México e Brasil — cotas isentas de impostos.
Para aço semiacabado, a cota foi de 3,5 milhões de toneladas e, para o produto acabado (aços longos, planos, inoxidáveis e tubos) foi de 543 mil toneladas.
Biden estendeu essas cotas para Reino Unido, Japão e União Europeia, e a utilização da capacidade das usinas siderúrgicas dos EUA passou a cair nos últimos anos.
“Quem tem mais competitividade consegue colocar mais e melhor os seus produtos em benefício da população”, analisou Alckmin. “A nossa disposição é sempre a de colaboração, parceria em benefício das nossas populações.”
Os Estados Unidos são o principal destino em valores exportados de aço e o segundo de alumínio brasileiro, apontam dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Em valores exportados, dados do MDIC apontam que os US$ 163 milhões em alumínio vendidos aos EUA ficaram atrás apenas dos US$ 387 milhões pagos pelo Japão.
Em relação ao aço, um relatório produzido pelo Instituto Aço Brasil, a partir de dados do MDIC, aponta que foram enviados aos EUA 5,81 bilhões de quilos do metal, a maior quantidade enviada para um único país em 2024. Essa quantia corresponde a US$ 4,14 bilhões. Segundo o documento, o Brasil é o maior produtor de aço na América Latina e o sétimo maior no mundo.
*com informações de AFP