O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que o acordo dos EUA com a China está concluído, com Pequim fornecendo ímãs e minerais de terras raras enquanto os EUA permitirão estudantes chineses em suas faculdades e universidades.

Trump também citou que os países chegaram a um acordo sobre tarifas a serem aplicadas para produtos importados.

“ESTAMOS RECEBENDO UM TOTAL DE 55% DE TARIFAS, A CHINA ESTÁ RECEBENDO 10%. A RELAÇÃO É EXCELENTE!”, escreveu Trump no Truth Social sem entrar em detalhes.

Uma autoridade da Casa Branca disse que o acordo permite que os EUA cobrem uma tarifa de 55% sobre produtos chineses importados. Isso inclui uma tarifa “recíproca” de 10%, uma taxa de 20% pelo tráfico de fentanil e uma tarifa de 25% que reflete taxas pré-existentes.

A China cobrará uma tarifa de 10% sobre as importações dos EUA, disse a autoridade.

Trump disse que o acordo está sujeito à aprovação final dele e do presidente da China, Xi Jinping.

Os dois lados têm até 10 de agosto para selar um acordo mais abrangente para aliviar as tensões comerciais, ou as taxas tarifárias voltarão a subir de cerca de 30% para 145% no lado dos EUA e de 10% para 125% no lado chinês.

Autoridades norte-americanas e chinesas concordaram com uma estrutura para colocar sua trégua comercial de volta nos trilhos e remover as restrições de exportação da China sobre terras raras, oferecendo poucos sinais de uma solução duradoura para as tensões comerciais de longa data.

Ao final de dois dias de intensas negociações em Londres, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse a repórteres que o acordo estrutural dá peso a um pacto alcançado no mês passado em Genebra para aliviar as tarifas bilaterais de retaliação que atingiram três dígitos

“ÍMÃS COMPLETOS E TODAS AS TERRAS RARAS NECESSÁRIAS SERÃO FORNECIDOS, ANTECIPADAMENTE, PELA CHINA. DA MESMA FORMA, FORNECEREMOS À CHINA O QUE FOI ACORDADO, INCLUINDO O USO POR ESTUDANTES CHINESES DE NOSSAS FACULDADES E UNIVERSIDADES (O QUE SEMPRE FOI BOM PARA MIM!)”, escreveu Trump.

O acordo de Genebra havia fracassado devido às restrições impostas pela China às exportações de minerais essenciais, o que levou o governo Trump a responder com seus próprios controles de exportação, impedindo o envio de software de design de semicondutores, aeronaves e outros produtos para a China.

As mudanças nas políticas tarifárias de Trump agitaram os mercados globais, provocaram congestionamento e confusão nos portos e custaram às empresas dezenas de bilhões de dólares em vendas perdidas e custos mais altos.

Veja cronograma de eventos que podem ter influência na política tarifária dos EUA:

15 a 17 de junho:
Trump participará da cúpula anual do G7, no Canadá. A cúpula será realizada na cidade turística de Kananaskis, nas Montanhas Rochosas, em Alberta, e as tarifas deverão ser um dos principais tópicos de discussão.

8 de julho:
As tarifas do “Dia da Libertação” entrarão em vigor após o período de suspensão de 90 dias, afetando potencialmente as importações de vários países.

9 de julho:
Prazo final para os Estados Unidos e a União Europeia negociarem um acordo para evitar uma tarifa de 50% sobre todas as importações do bloco europeu.

14 de julho:
A pausa de 90 dias da UE em suas próprias tarifas retaliatórias chegará ao fim.