30/07/2025 - 11:34
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a pedir que o Federal Reserve reduza a taxa de juros depois que dados mostraram que o crescimento econômico dos país se recuperou mais do que o esperado no segundo trimestre.
+‘O Muito Atrasado (Powell) deve agora reduzir as taxas de juros’, ataca Trump
“O Pib do 2º trimestre acabou de ser divulgado: 3%, Muito melhor do que o esperado!” ‘Tarde demais’ Agora tem que baixar a taxa. Sem inflação! Deixe as pessoas comprarem e refinanciarem suas casas!”, escreveu Trump no Truth Social horas antes de o banco central divulgar seu comunicado de política monetária.
Fed manterá taxa de juros inalterada, apesar de pressão de Trump por cortes
A expectativa para esta quarta-feira é de que o Federal Reserve mantenha a taxa de juros inalterada, seis dias depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu novamente que o banco central corte os custos dos empréstimos durante uma rara visita presidencial à sua sede em Washington.
A redução acentuada da taxa de juros desejada por Trump – ele sugeriu que ela fosse reduzida da atual faixa de 4,25% a 4,50% para até 1% – está muito fora de sintonia com uma economia que, em grande parte, tem se mantido em uma trajetória estável nas seis semanas desde a última reunião do Fed.
Na opinião de muitos economistas, esses cortes drásticos provavelmente aumentariam a inflação e estão mais alinhados com o que um banco central faria para tirar a economia de uma recessão.
As exigências de Trump, que coincidem com uma campanha incessante de ataques ao chair do Fed, Jerome Powell, têm causado pouca influência nas autoridades.
Até mesmo os defensores de cortes de juros pelo Fed são a favor de uma redução mais tradicional de 0,25 ponto percentual na reunião desta semana, e não da redução defendida pela Casa Branca.
Mas mesmo o corte modesto parece ser uma opinião minoritária, limitada publicamente até o momento a dois indicados por Trump para a diretoria do Fed, Christopher Waller e Michelle Bowman.
Há especulações de que Waller e Bowman poderiam emitir opiniões divergentes se o Fed mantiver a taxa de juros estável nesta quarta-feira pela quinta vez desde dezembro.
O que será observado será qualquer indício na decisão ou na coletiva de imprensa de Powell após a reunião sobre a possibilidade de um corte em setembro, um movimento consistente com a atual precificação de mercado e com a perspectiva mediana que as autoridades tinham em junho, quando previram duas reduções até o fim do ano.
O Fed divulgará sua decisão às 15h (horário de Brasília), com a coletiva de imprensa de Powell meia hora depois.
Com a inflação ainda acima da meta de 2% do Fed e a taxa de desemprego permanecendo baixa, não está claro até que ponto a decisão ou Powell fornecerão orientações sobre a reunião de 16 e 17 de setembro, com dois meses de dados sobre inflação e emprego ainda a serem divulgados até lá.
As autoridades têm adotado uma abordagem de “esperar para ver” em relação aos cortes de juros desde dezembro, quando a vitória eleitoral de Trump e sua iminente posse levantaram a possibilidade de que o que vinha sendo um declínio constante na inflação poderia se reverter, pelo menos temporariamente.
As tarifas que foram impostas até o momento são, em aspectos importantes, menores do que as ameaçadas inicialmente pelo governo, mas ainda são significativas – e, no último relatório de preços ao consumidor, começaram a elevar os preços dos produtos.