28/06/2022 - 18:55
Por Richard Cowan e Moira Warburton
WASHINGTON (Reuters) – Donald Trump tentou agarrar o volante da sua limusine presidencial em 6 de janeiro de 2021, quando a sua equipe de segurança se recusou a levá-lo ao Capitólio dos EUA, onde seus apoiadores estavam se revoltando, segundo depoimento de uma ex-assessora nesta terça-feira.
O então presidente minimizou as preocupações com o fato de que seus apoiadores estavam portando armas de fogo em seu comício naquele dia pouco antes da invasão do Capitólio, pedindo aos seguranças que parassem de checar o público com magnetômetros para que a multidão parecesse maior, disse a assessora.
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Cassidy Hutchinson, assessora do ex-chefe de Gabinete da Casa Branca Mark Meadows, descreveu que apoiadores de Trump estavam armados com fuzis do tipo AR-15 e outras armas, em seu depoimento nesta terça-feira ao Comitê Selecionado da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos.
Em vez disso, Trump expressou raiva com o Serviço Secreto, encarregado de proteger o presidente e que estava usando detectores de metal para manter pessoas armadas do lado de fora da área cercada onde o presidente fez um fervoroso discurso no qual repetiu as afirmações falsas de que o resultado das eleições de 2020 era fraudulento.
“Tirem as m* dos detectores daqui. Eles não estão aqui para me machucar”, teria dito Trump naquela manhã, segundo Hutchinson, em referência aos manifestantes armados.
Os detectores de metal estão em prédios do governo norte-americanos e em eventos externos em Washington para proteger autoridades e turistas.
Após o comício, afirmou Hutchinson em seu depoimento, Trump discutiu com agentes do Serviço Secreto que se recusaram a levá-lo até o Capitólio enquanto seus apoiadores invadiam o edifício histórico, onde o Congresso se reunia para certificar a vitória do seu adversário, o presidente democrata Joe Biden, segundo Hutchinson.
“Eu sou a p* do presidente. Me levem até o Capitólio agora”, afirmou Trump irado, segundo Hutchinson. Ela acrescentou que Trump tentou, a partir do banco de trás do carro, agarrar o volante do veículo presidencial altamente blindado, conhecido como “A Fera”.
Foi uma das muitas revelações de Hutchinson em seu depoimento no sexto dia das audiências da Câmara sobre o ataque letal de 6 de janeiro ao Capitólio por apoiadores de Trump, motivado pelas suas falsas alegações de que a derrota na eleição de 2020 era o resultado de uma fraude.
Nas redes sociais, Trump negou ter agarrado o volante.
“A história Falsa dela de que eu tentei agarrar o volante da limusine da Casa Branca para direcioná-la ao prédio do Capitólio é ‘doente’ e ‘fraudulenta’”, escreveu Trump na Truth Social, seu aplicativo de redes sociais.
Quatro pessoas morreram no dia do ataque, uma delas baleada pela polícia e outras por causas naturais. Mais de 100 policiais foram feridos e um morreu no dia seguinte. Quatro policiais posteriormente morreram por suicídio.