O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atribuiu nesta terça-feira (11) aos republicanos de seu partido uma “grande vitória” sobre seus rivais democratas por conseguirem que o Senado desse um passo adiante para pôr fim ao fechamento governamental mais longo da história do país.

A Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos, votará na quarta-feira sobre o fim do fechamento governamental.

Em um discurso pelo Dia dos Veteranos, Trump vangloriou-se de que o avanço foi possível graças a senadores democratas que romperam com seu partido e votaram junto com os republicanos a favor de um projeto de orçamento para encerrar mais de 40 dias de shutdown.

“Parabéns… por uma grande vitória”, disse Trump ao presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, quando o viu na cerimônia para homenagear os ex-combatentes no Cemitério Nacional de Arlington.

“Estamos abrindo o nosso país, que nunca deveria ter sido fechado”, acrescentou o presidente.

Mais adiante, Trump mostrou-se confiante em uma vitória na Câmara dos Representantes para financiar o governo até janeiro.

“Somente as pessoas que odeiam o nosso país querem vê-lo fechado”, afirmou à ESPN.

– Caos no Dia de Ação de Graças –

Como consequência do fechamento do governo, mais de um milhão de servidores públicos ficaram sem trabalhar ou exerceram suas funções sem receber salário.

A paralisação causou transtornos em diversos serviços, como o controle aéreo, levando o governo a reduzir em 10% o tráfego de voos às vésperas do feriado do Dia de Ação de Graças.

“Algumas companhias aéreas vão ter de fazer cálculos sérios sobre se continuarão voando”, alertou o secretário de Transporte dos Estados Unidos, Sean Duffy, a jornalistas no aeroporto O’Hare, em Chicago.

Trump disse na segunda que aceitará a reincorporação de milhares de funcionários que o governo demitiu de forma definitiva durante o “shutdown”.

– Divisão democrata –

As principais lideranças democratas prometeram se opor ao projeto de lei para reabrir o governo, mas é provável que ele seja aprovado na Câmara, já que precisa apenas de maioria simples, que os republicanos detêm por margem estreita.

O acordo dividiu os democratas. Muitas figuras influentes afirmam que o partido deveria ter insistido na prorrogação dos subsídios ao seguro de saúde para cidadãos de baixa renda, tema central da disputa orçamentária.

“Patético”, publicou no X o governador da Califórnia, Gavin Newsom, amplamente considerado um dos favoritos democratas para as eleições presidenciais de 2028.

Apesar de ter se manifestado publicamente e votado contra o projeto, o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, enfrentou pedidos de renúncia de alguns parlamentares por não ter conseguido manter seus senadores unidos.

Para os democratas, a decisão dos oito senadores dissidentes foi particularmente irritante, pois ocorreu poucos dias depois das vitórias eleitorais que colocaram Trump em uma posição desfavorável pela primeira vez desde o seu retorno à Casa Branca, com resultados expressivos em Nova York, Nova Jersey, Virgínia e Califórnia.