O corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, começou a ler o relatório da investigação sobre suposto abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

O texto está público desde 1º de junho e detalha a acusação, as provas obtidas e os passos da apuração, que incluiu a oitiva dos ex-ministros da Justiça, Anderson Torres, das Relações Exteriores, Carlos França, e da Casa Civil, Ciro Nogueira. O relatório ainda não apresenta a análise do relator sobre o caso.

Entre as provas está a chamada “minuta do golpe” encontrada pela Polícia Federal na casa de Torres. O documento prevê a decretação de um estado de defesa na sede do TSE para mudar o resultado das eleições.

Na decisão que anexou a prova à ação, Gonçalves ressaltou que “um clima de articulação golpista ainda ronda as Eleições 2022”. Ele ainda disse que, para a consolidação dos resultados das eleições, é necessário “averiguar se esse desolador cenário é desdobramento de condutas imputadas a Jair Messias Bolsonaro, então Presidente da República, e a seu entorno. Esse debate não pode ser silenciado ou inibido”, escreveu na decisão.

Os ministros irão analisar nesta quinta-feira, 22, uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) proposta pelo PDT que acusa Jair Bolsonaro de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O motivo é a reunião com embaixadores realizada no Palácio do Alvorada em julho de 2022, quando o então presidente levantou, sem provas, suspeitas sobre o sistema eleitoral. O evento foi transmitido pela TV Brasil.