30/05/2025 - 9:01
Impulsionado pelo agronegócio, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 1,4% no 1º trimestre de 2025, na comparação com os últimos três meses de 2024, divulgou nesta sexta-feira, 30, o IBGE. Em valores correntes, forem gerados R$ 3 trilhões.
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Frente ao primeiro trimestre de 2024, o crescimento foi de 2,9%. No acumulado em 12 meses, o PIB registrou expansão de 3,5%. Com o resultado, o PIB brasileiro alcançou o maior patamar da série histórica iniciada em 1996.
“As altas na Agropecuária (12,2%) e nos Serviços (0,3%) contribuíram para o crescimento. Já a Indústria apresentou pequena variação negativa (-0,1%), considerada estabilidade”, informou o IBGE.
O resultado da economia brasileira nos 3 primeiros meses do ano representa uma forte aceleração frente ao 4º trimestre de 2024, quando o PIB cresceu apenas 0,1%, segundo dados revisados. A expansão também foi a maior registrada no país desde o segundo trimestre do ano passado (1,5%) e a 15ª taxa positiva consecutiva. Veja abaixo a evolução:
O PIB é o resultado da soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir o desempenho e a evolução da economia. Medido pelo IBGE no Brasil, ele é divulgado a cada três meses.
O que explica o salto do agro
O crescimento de 12,2% da agropecuária no 1º trimestre foi o desempenho mais forte para o setor desde o primeiro trimestre de 2023 (13,8%).
O salto do agro ocorre em meio as perspectivas de safra recorde neste ano. No Levantamento Sistemátco da Produção Agrícola (LSPA) divulgado em maio pelo IBGE, entre os produtos com safra no 1º trimestre e crescimento na estimativa de produção anual, destacam-se: soja (13,3%), milho (11,8%), arroz (12,2%) e fumo (25,2%).
Vale destacar, no entanto, que no cálculo do PIB a agropecuária tem peso de aproximadamente 6,5%.
“A agropecuária está sendo favorecida pelas condições climáticas favoráveis e conta com uma baixa base de comparação do ano passado. É esperada uma safra recorde de soja, nosso produto agrícola mais importante”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Consumo das família segue forte
Pelo lado da demanda, o consumo das famílias se manteve como o principal motor do PIB. A despesa de consumo das famílias cresceu 1%. Os investimentos medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo tiveram alta de 3,1%, enquanto a Despesa de Consumo do Governo (0,1%) registrou estabilidade.
No setor externo, tanto as Exportações de Bens e Serviços (2,9%) quanto as Importações de Bens e Serviços (5,9%) cresceram, ambas em relação ao quarto trimestre de 2024.
A taxa de investimento ficou em 17,8% do PIB no 1º trimestre, acima dos 16,7% do primeiro trimestre de 2024. Já a taxa de poupança foi de 16,3%, superando os 15,5% do mesmo trimestre de 2024.

Perspectivas para para o ano
Analistas esperam uma desaceleração do crescimento econômico ao longo deste ano, em meio a uma taxa de juros elevada e inflação persistente, o que afeta o consumo. No entanto, a força do setor agrícola deve ajudar a atividade no início do ano e sustentar o PIB. Pairam ainda as incertezas em torno da política tarifária dos Estados Unidos.
Apesar dos juros em patamares elevados, tanto governo como o mercado revisaram nas últimas semanas suas expectativas para a atividade econômica em 2025. A SPE passou para 2,4% sua projeção do PIB para este ano, levemente acima dos 2,3% projetados em março.
No mais recente Boletim Focus, elaborado pelo Banca Central a partir de levantamento com agentes do mercado financeiro, também houve uma revisão para cima, com o PIB de 2025 agora previsto em alta de 2,14%, ante 2,02% na semana anterior.
Segundo Claudia Moreno, economista do C6 Bank, o mercado de trabalho aquecido, com a taxa de desemprego em patamar bem baixo para os padrões históricos, tem contribuído para manter a atividade resiliente.
“Embora os dados mostrem que a economia brasileira registrou forte expansão no início do ano, acreditamos que esse impulso deve ser temporário. Para os próximos trimestres, esperamos que o PIB cresça menos ou fique estável”, avalia a economista, que projeta uma expansão de 2% do PIB em 2025, o que representa uma desaceleração em relação a 2024, quando a economia brasileira cresceu 3,4%.