02/05/2019 - 10:45
Twitter e Facebook foram acusados pelo comitê parlamentar do Reino Unido de não tomarem ações suficientes para evitar que políticas e figuras públicas do sexo feminino fossem alvos de ataques violentos e misóginos. Segundo o jornal The Guardian, representantes das duas redes sociais foram chamados na quarta-feira (1) para prestarem esclarecimentos aos membros do parlamento.
A deputada Joanna Chery, do Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês), apresentou uma série de imagens e vídeos de postagens atacando mulheres. Entre os arquivos, estavam perfis no Twitter que estimulavam violência contra mulheres, mas que não foram excluídos apesar do registro de queixas.
“Parece haver um padrão do Twitter inicialmente determinar que os tweets extremamente ofensivos e violentos dirigidos às mulheres na vida pública são aceitáveis, e que o Twitter só revê sua decisão quando é pressionado por outras figuras da vida pública”, disse ela.
A deputada trabalhista e ex-ministra para as Mulheres e Igualdade do Reino Unido, Harriet Harman, também acusou as redes sociais de negligenciarem ameças contra políticas e figuras de relevância na comunidade. “Ouvimos falar sobre ameaças de estupro, ameaças de morte, ameaças de bomba, ameaças de matar seus filhos, ‘sabemos onde você mora’, mensagens com fotos de armas, fotos de forcas”, afirmou.
Em resposta, os representantes do Twitter e Facebook se comprometeram em melhorar o controle e tornar as redes sociais seguras para as mulheres. A representante do Twitter no Reino Unido, Kay Minshall, reconheceu que a empresa precisa tomar medidas e ainda afirmou que a rede coopera com as autoridades.
“Há claramente uma série de passos que queremos dar, precisamos levar – mas estamos em um lugar diferente de onde estávamos, mesmo no ano passado”, disse.
Rebecca Stimson, diretora de políticas públicas do Facebook no Reino Unido, disse que a empresa melhorou o tratamento de casos de abuso de alto perfil ao introduzir “um canal de denúncia dedicado para figuras públicas no Reino Unido”.