27/07/2020 - 17:35
O Twitter enfrentou nesta segunda-feira críticas do governo britânico e convocações a um boicote, depois que um rapper famoso publicou na rede social mensagens antissemitas, posteriormente apagadas.
“A mensagem é clara: o Twitter tem que melhorar neste sentido”, declarou o porta-voz do premier Boris Johnson, assinalando que o dirigente conservador compartilha da opinião da ministra do Interior sobre “o caráter odioso” das mensagens publicadas nesta rede social e no Instagram.
O rapper Wiley, considerado um dos pioneiros do grime, gênero de música eletrônica, foi banido do Twitter e Instagram por sete dias, após uma série de comentários posteriormente apagados. A polícia abriu uma investigação.
A ministra do Interior, Priti Patel, escreveu para as gigantes das redes sociais a fim de saber por que as mensagens permaneceram no ar por mais de 12 horas. O grande rabino do Reino Unido, Ephraim Mirvis, também enviou uma carta ao chefe do Twitter, Jack Dorsey, e ao fundador e diretor geral do Facebook (dono do Instagram), Marck Zuckerberg. “Sua falta de ação é sinônimo de cumplicidade”, escreveu.
Mirvis participou de um boicote de 48 horas lançado hoje contra as redes sociais, ao qual se uniram personalidades, como a cantora Sophie Ellis-Bextor e Lisa Nandy, responsável pelas Relações Exteriores no Partido Trabalhista.
Em sua conta no Twitter, o partido afirmou que apoia os participantes do boicote, mas que não iria aderir ao mesmo, porque, como partido opositor encarregado de fazer o governo prestar contas, não poderia se “permitir ficar ausente das redes sociais”
O premier tampouco pretende participar do boicote, devido à necessidade de “transmitir mensagens importantes sobre a saúde pública”, informou seu porta-voz.