23/07/2020 - 9:57
A pandemia de COVID-19 e a relutância dos anunciantes em um contexto de protestos contra o racismo fizeram o lucro trimestral do Twitter cair, mas atraíram muitos novos usuários – informou a rede social nesta quinta-feira (23).
A receita do grupo entre abril e junho foi de US$ 683 milhões (590 milhões de euros), uma queda de 19% em relação ao mesmo período do ano passado e abaixo dos US$ 702 milhões esperados pelos analistas.
As entradas de caixa provenientes da publicidade, que representam a principal fonte de receita do Twitter, caíram 23%, continuando a queda registrada no primeiro trimestre, já marcado pelas consequências da pandemia de coronavírus.
“Observamos uma recuperação gradual e moderada em relação aos níveis de março ao longo do segundo trimestre, com exceção do final de maio ao início de junho, quando muitas marcas desaceleraram, ou interromperam, os gastos com publicidade em resposta à agitação social nos Estados Unidos”, afirmou o grupo em um comunicado.
Um grande movimento de protesto contra o racismo e a violência policial surgiu após a morte de George Floyd, um afro-americano de 46 anos que foi sufocado por um policial branco em Minneapolis.
No trimestre, o Twitter registrou uma perda líquida de US$ 1,23 bilhão (1,06 bilhão de euros), um valor que é amplamente explicado pelo pagamento de impostos diferidos no valor de US$ 1,1 bilhão.
Isso representa uma perda de US$ 1,39 por ação.
Ao mesmo tempo, a rede social anunciou um crescimento impressionante de 34% em um ano de seu número de usuários diários “monetizáveis”, que alcançou 186 milhões de pessoas.
Esse é o maior aumento anual desde que a empresa estabeleceu essa métrica.
O Twitter considera como “monetizáveis” os usuários que podem estar expostos à publicidade em sua plataforma, ou em seus aplicativos.
Esse aumento trimestral foi possível, graças a “discussões globais sobre eventos atuais e melhoria contínua dos produtos”, afirmou o grupo.
A publicação dos resultados do Twitter ocorre uma semana depois de um ataque cibernético, que teve como alvo as contas certificadas de muitas personalidades americanas, incluindo o ex-presidente Barack Obama, o chefe da Tesla, Elon Musk, e o cofundador da Microsoft, Bill Gates.
“Reagimos rapidamente ao que aconteceu e tomamos medidas adicionais para fortalecer nossa resistência a ataques direcionados de engenharia social. Criamos várias salvaguardas para melhorar a segurança dos nossos sistemas internos e estamos trabalhando com agências policiais que estão investigando”, escreveu o grupo, que prometeu transparência sobre o assunto.
Em Wall Street, a ação do Twitter subia quase 6% nas trocas eletrônicas antes da abertura.