Na batalha dos aplicativos de transporte, o vencedor não transporta um único passageiro. Ele é o fundo de investimento japonês Softbank, comandado pelo bilionário Masayoshi Son, o homem mais rico do Japão, com uma fortuna avaliada em US$ 14,4 bilhões.

Não é tão óbvio quanto parece, devido à intrincada teia de participações cruzadas no mundo dos aplicativos de transporte.

O Softbank acaba de comprar 15% da Uber, com um desconto de 30%, em dezembro do ano passado. Por sua vez, o fundo japonês detém uma fatia não revelada na chinesa Didi Chuxing. Sabe-se, ao menos, que é um dos principais acionistas da “Uber chinesa”.

Não bastasse isso, a Uber, quando saiu da China, vendeu sua operação exatamente para a Didi Chuxing, em 2016. Em troca, recebeu uma fatia de 20% da Didi Chuxing.

Quer complicar ainda mais? A startup brasileira 99 agora pertence a Didi Chuxing, na qual a Uber tem 20%. A Softbank, não custa lembrar, conta com fatias relevantes nas duas empresas.

Fácil, não? Mas a história ainda não terminou. O Softbank detém participações nos principais aplicativos de transporte em várias partes do globo. O fundo de Masayoshi Son investe na indiana Ola e na asiática Grab (que atua no Vietnã e na Filipinas). Por meio da Didi Chuxing, também conta com uma fatia indireta na Lyft, principal rival da Uber nos Estados Unidos.

A Uber e a Didi Chuxing vão batalhar de forma dura para saber qual empresa vencerá a batalha dos aplicativos de transporte. A única certeza é que o Softbank não vai perder essa guerra.