07/08/2022 - 12:32
Por Natalia Zinets
KIEV (Reuters) – A Ucrânia acusou a Rússia neste domingo de bombardear novamente a maior usina nuclear da Europa, a Zaporizhzhia, e pediu novas sanções internacionais a Moscou por “terror nuclear”.
A empresa estatal de energia nuclear da Ucrânia disse que as forças russas danificaram três sensores de radiação na instalação em um novo bombardeio na noite de sábado, ferindo um trabalhador com estilhaços.
“O terror nuclear russo requer uma resposta mais forte da comunidade internacional – sanções à indústria nuclear russa e ao combustível nuclear”, escreveu o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy no Twitter.
A fábrica, em território controlado pela Rússia, também foi bombardeada na sexta-feira. Moscou culpa as forças ucranianas pelos ataques.
A empresa nuclear ucraniana Energoatom disse que os últimos ataques com foguetes russos atingiram a instalação de armazenamento a seco da usina, onde 174 contêineres com combustível nuclear usado foram armazenados ao ar livre.
“Consequentemente, a detecção e resposta oportunas em caso de deterioração da situação de radiação ou vazamento de radiação de recipientes de combustível nuclear usado ainda não são possíveis”, afirmou.
Em um comunicado divulgado pela agência de notícias Interfax, a administração russa da Enerhodar, que está ocupada, onde vivem os funcionários da usina, disse que a Ucrânia atacou usando um sistema de lançadores de foguetes múltiplos Uragan de 220 mm.
“Os prédios administrativos e o território adjacente da instalação de armazenamento foram danificados”, disse
O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse que o bombardeio de sexta-feira mostrou o risco de um desastre nuclear. Esses projéteis atingiram uma linha de alta tensão, levando os operadores da usina a desconectar um reator, apesar de nenhum vazamento radioativo ter sido detectado.
A fábrica de Zaporizhzhia foi capturada pelas forças russas no início de março, na fase inicial da guerra, mas ainda é administrada por técnicos ucranianos.